Frieza, oração e poucas mulheres: um jogo no país do Mundial e da Copa-2022
O Mundial de Clubes de Doha (QAT) tem sido uma espécie de aperitivo do que virá na Copa de 2022, evento também agendado para o país do Oriente Médio.
É claro que torcedores de 32 seleções trarão um ambiente diferente daqui a três anos, mas como é a experiência de assistir a um jogo em solo qatari? A verdade é que o torneio intercontinental não pegou entre os locais, cabendo aos visitantes, especialmente brasileiros, tunisianos e mexicanos, darem um colorido (e voz) para as arquibancadas.Se dependesse apenas do estilo local, as partidas teriam sido espetáculos absolutamente gelados do lado de dentro.
Fiel ao seu famoso padrão, a Fifa tentou incutir a sua embalagem no evento. Na área de convivência dos campos utilizados, uma parafernália de som estava montada, mas sem atrair a atenção da maioria. Barracas com comidas mais "ocidentais" como o hambúrguer também há, mas o clima é mais de evento do que de jogo. O "momento selfie" está garantido com um espaço destinado para a taça do Mundial. Ladeada por seguranças, ela fica em uma redoma de vidro e atrai atenções.
Assim como nas ruas, mulheres não são vistas em quantidade significativa nas partidas. Os gestos durante os 90 minutos também são bastante contidos, fato que se repete por todos os cantos do país.
Neste mesmo local, os qataris afirmam a sua identidade. Entre gente que passa de um lado para o outro, um grupo se ajoelhava em um tapete para rezar. Um pouco mais afastado, os organizadores instalaram duas tendas árabes com toda a decoração típica. A área serve para um eventual descanso, mas fica um pouco descolada da cena.
Antes de a bola rolar, um locutor se esgoela para levantar a galera. Ele tenta animar a torcida de um lado, do outro, mas o resultado não passa de alguns gritos pouco entusiasmados por parte do público, que tinha a opção de pintar o rosto antes do início das partidas.
Com a proibição da venda de cerveja nos estádios, o ambiente também acaba afetado. Sem a bebida, resta nos bares opções sem álcool, o que inclui o chá, produto muito consumido por aqui."É estranha a questão da cerveja. Pode na Fan Zone, mas não pode aqui no jogo", observou o brasileiro Thiago Carvalho.
Os estádios são modernos e dispõem de toda a estrutura necessária para o espectador. Banheiros e lanchonetes estão espalhadas em boa quantidade, e sistemas de refrigeração estão a postos caso o calor aperte, inclusive voltados para dentro do gramado.
Com todo o dinheiro à disposição, o Qatar entregará uma Copa de arquitetura moderna, muito luxo e ostentação. Que os fãs dos países classificados para o Mundial tragam consigo o calor de uma partida de futebol.
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