Odair Hellmann quer o Fluminense mais equilibrado, assim como fez no Inter
Em sua coletiva de apresentação no Fluminense, Odair Hellmann se mostrou em casa. Vinte anos depois de atuar no clube como jogador, o novo técnico tricolor só discordou de um rótulo: o de treinar times reativos. Relembrando estatísticas de 2019, o treinador garantiu que não mudará o estilo propositivo do Flu, mas que quer uma equipe mais equilibrada, como o seu Internacional.
"Eu não gosto de rótulos. Estamos com essa mania agora do estilo de jogo. O Fluminense, mesmo em uma situação ruim no Campeonato Brasileiro, manteve sua personalidade, jogava igual. Vamos potencializar isso. Respeito as características dos jogadores à disposição. Gosto de uma equipe equilibrada, organizada, com funções bem estabelecidas e se mostre competitiva em todas as fases do jogo, como era o Inter. É assim que faremos, respeitando e potencializando a característica dos jogadores que aqui estiverem", resumiu Odair.
Analisando os números de sua passagem pelo Colorado, diversos deles mostraram similaridades com o Tricolor. Em passes e na posse de bola, por exemplo, a vantagem é de sua nova equipe, a segunda na Série A nos dois quesitos, mas seu time em 2019 ficava bem perto, no quarto lugar. Na velocidade de passes certos, o Flu foi o líder, e o Inter manteve a quarta colocação.
Taticamente, entretanto, o Internacional foi uma equipe com posse mais objetiva, buscando transições rápidas pelas pontas e jogadas de pivô, com o peruano Paolo Guerrero. O Fluminense apostou mais em triangulações a partir do jogo de posição fincado por Fernando Diniz, onde a movimentação por vezes era mais lenta e prejudicava a equipe com e sem a bola, já que a recomposição era problemática.
O destaque, entretanto, fica nos números defensivos. Sob seu comando, o Internacional foi a equipe que mais desarmou e a que mais recuperou bolas no campo ofensivo, quesitos onde o Flu foi o 17º e o quinto em 2019, respectivamente. A expectativa é que com Odair, o Tricolor evolua na marcação, o que ajuda, também, a resolver outro "problema crônico": a falta de gols.
"A equipe do Inter de 2018 era realmente de transição, mas era por causa das características dos atacantes, que era mais de força e velocidade. E fomos terceiro. Com a equipe de 2019, já fomos para outra ideia, com característica de jogadores também de construção. Fizemos apenas três gols de contra-ataque. Os outros todos foram de construção. O conceito está lá. Não abrindo mão de criar oportunidades, quanto mais criamos, mais chances. Temos que continuar o que está bom, dar mais equilíbrio defensivo para que os meias e os atacantes tenham mais calma e confiança para resolver", opinou.
O Inter, de fato, foi a quinta equipe da Série A que mais fez gols a partir de jogadas construídas, com 26, o equivalente a 70% dos gols. O Fluminense ficou na modesta 12ª colocação, com 22 (67%).
Outro rótulo que Odair procurou fugir foi o de "paizão". O treinador explicou a origem do seu apelido.
"Paizão, boleirão, estudioso, ofensivo, defensivo... Como gostamos no Brasil de buscar rótulos. Meu estilo é o seguinte: chamo as pessoas de papito, e esse apelido ficou. Eu vi um filme onde todo mundo tinha casa, tinha dinheiro, mas era todo mundo aborrecido. O único feliz era um cara que não tinha nada e chamava todo mundo de papito. Eu quero que os jogadores venham para o treino felizes. É isso que planejo aqui no Fluminense. Que esses jogadores venham todos os dias com prazer de treinar e se sintam importante. Eu tenho uma frase que é: 'mais vale um pedacinho da vitória do que o todo da derrota', comentou.
Com Odair Hellmann no comando, o Fluminense tenta manter sua base de 2019 e adicionar novas peças. O Tricolor está ativo no mercado da bola e busca reforços, a começar pela manutenção. O time se reapresenta em 6 de janeiro e já joga no dia 19 pelo Campeonato Carioca contra a Cabofriense, às 19h, em Bacaxá.
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