Por que Santos está ativo no mercado da bola mesmo sem técnico há 12 dias
Resumo da notícia
- Santos já anunciou Raniel e Madson e tem outras negociações para 2020
- Ambos foram oportunidades de mercado avalizadas em processos internos
- Ideia a longo prazo é depender menos de pedidos específicos de técnicos
- Por isso, mesmo sem técnico há quase duas semanas, clube segue ativo
- Plano é distante, então Peixe lida com casos indefinidos, como Arthur Gomes
Jorge Sampaoli pediu demissão do Santos em 9 de dezembro, dia seguinte à última rodada do Campeonato Brasileiro, e nem sequer iniciou o planejamento do clube para 2020. Mesmo assim, quase duas semanas depois e ainda longe de acerto para anunciar seu novo comandante, o Peixe tem dois reforços garantidos (Raniel e Madson) e outras negociações abertas.
A atividade do Santos no mercado da bola causa estranheza, porque o mais comum é que os clubes esperem a definição do técnico para dar início ao planejamento. Em 2020, o clube quer remar contra essa lógica e encontrar o treinador adequado para as expectativas de elenco na temporada: potencializar tática e tecnicamente peças que já fazem parte do grupo ou retornam de empréstimo, promover jovens e integrar jogadores versáteis e baratos que serão adquiridos, a exemplo dos dois que já assinaram contrato mediante trocas.
O plano do Santos a longo prazo, segundo apurou o UOL Esporte, é ser cada vez menos refém de convicções ou pedidos muito específicos de treinadores, algo que causou incômodo durante a passagem de Sampaoli em 2019.
Mas, como não é um plano imediato, o clube ainda mantém alguns casos indefinidos à espera de aval do futuro comandante. É a situação do atacante Arthur Gomes, por exemplo: ele jogou o Brasileirão emprestado à Chapecoense e agradou, tendo encerrado o ano com quatro gols e 30 jogos. O Santos ainda não sabe se vai reintegrá-lo ao elenco pelo excesso de atacantes que possui. Portanto, a ideia nesse caso é esperar.
Enquanto isso, o clube trabalha nos bastidores com o diretor técnico William Thomas como braço direito do presidente José Carlos Peres. O substituto de Paulo Autuori é um profissional muito preocupado com processos internos e análise de desempenho e usa dados colhidos por José Roberto Sauthier, Diogo Meschine, Vitor Saad e até Felipe Araya, um analista chileno contratado em junho a pedido de Sampaoli e que não tem permanência garantida em 2020.
O time de scout avalizou as chegadas de Raniel e Madson, que foram condicionadas pelo mercado da bola: o São Paulo ofereceu 50% dos direitos econômicos de Raniel por 50% de Vitor Bueno e o Peixe aceitou. Já Victor Ferraz, trocado com o Grêmio por Madson, pediu para ser negociado ao fim do ano e acabou atendido.
O Santos ainda pensa em contratar um zagueiro, ainda mais se Lucas Veríssimo for mesmo negociado, um volante, um meia e um atacante de lado. Também pode abrir exceções em caso de boas oportunidades de mercado com lateral-esquerdo e centroavante. Clubes e empresários já estão sendo procurados a partir de relatórios de informações elaborados internamente. Tudo isso mesmo com o time sem técnico definido.
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