SPFC conta com pelo menos R$ 80 mi de venda de jogador para reduzir déficit
O São Paulo surpreendeu a todos quando anunciou durante a reunião do Conselho Deliberativo da última quinta-feira (19) uma previsão de déficit de R$ 180 milhões, caso um jogador não seja negociado no mercado da bola até o término deste ano. Apesar de o número alto ter chamado a atenção, os integrantes do departamento financeiro e da atual gestão demonstraram certa tranquilidade. Isso porque há confiança interna de que até o dia 31 de dezembro o clube deva arrecadar ao menos R$ 80 milhões com negociações de atletas.
Desta maneira, com a redução do déficit, o clube ainda poderia se manter dentro do Profut - para tanto é necessário registrar até cerca de R$ 20,5 milhões no vermelho ou convencer a fiscalização do programa de que débitos não relativos a esse ano, como dívidas referentes a acordos judiciais, não devem entrar na conta .
Neste momento, Antony é o jogador mais valorizado do elenco. Por isso, é o mais cotado para assinar com outro time - mesmo que permaneça no Morumbi por mais seis meses e só efetive a sua saída na outra janela de transferência.
O jovem despertou o interesse de clubes da Europa e pode acertar a sua transferência nesta janela. O RB Leipzig, por exemplo, está disposto a pagar cerca de 18 milhões de euros (R$ 81,54 milhões). Já o Borussia Dortmund enviou representantes para acompanhar a partida entre o Tricolor paulista e o Vasco, quando o atleta fez um gol.
No entanto, integrantes do departamento de futebol não acreditam que tal valor seja condizente ao atacante e, por isso, preferia negociar outros atletas. Tal assunto pode até gerar uma queda de braço entre financeiro e o futebol nos próximos dias.
Outros jogadores que também estão bem cotados no mercado da bola para 2020 são Liziero, que chegou a despertar o interesse do Barcelona, Igor Gomes e Luan, enquanto Walce e Helinho também foram sondados pelo Red Bull Bragantino, sendo que o time do interior sinalizou com a possibilidade de oferecer 5 milhões de euros (cerca de R$ 22,6 milhões pela cotação de ontem) pelo zagueiro.
No ano passado, o São Paulo conseguiu fechar a venda de Rodrigo Caio para o Flamengo no dia 29 de dezembro para encerrar a temporada sem ficar com as contas no vermelho.
Em agosto, o São Paulo já havia apresentado relatório com déficit acumulado de R$ 77 milhões. Nestes últimos meses, foram inseridas também as dívidas referentes ao caso Ricardinho (R$ 30 milhões) e à CET (R$ 25,7 milhões).
Contas da diretoria
A lei que criou o Profut, programa responsável por permitir clubes refinanciarem suas dívidas com a União, determina que a partir de 2019 as agremiações apresentem déficits de no máximo 5% em relação à receita bruta obtida no ano anterior. Isso significa que o São Paulo não pode ficar no vermelho em mais de cerca de R$ 20,5 milhões ao fim desse ano. Se isso acontecer, o clube perde o direito aos parcelamentos obtidos.
Otimista em relação a faturar ao menos R$ 80 milhões com a venda de jogadores até o próximo dia 31, a diretoria acredita que o déficit em 2019 pode cair para R$ 100 milhões. Nas contas da diretoria, desse total, cerca de R$ 80 milhões precisam ser pagos em parcelas nos próximos anos por conta de acordos judiciais, alguns feitos também por outros clubes. O São Paulo entende que esse valor não pode entrar no déficit estipulado na lei por não ser operacional.
Se esses R$ 80 milhões forem descontados, sobraria um déficit operacional de R$ 20 milhões, número que não fere as regras do Profut no caso tricolor. Isso se a meta estipulada com arrecadação com a venda de direitos de atletas for alcançada.
Caso tudo isso aconteça, o São Paulo pretende procurar os responsáveis pela fiscalização do Profut para explicar suas contas. A ideia é apresentar o entendimento de que os valores referentes a acordos judiciais não podem entrar no cálculo por não fazerem parte do resultado operacional do exercício e por serem dívidas antigas, referentes a outros anos. Além disso, não serão pagas totalmente em 2019, apesar de serem lançadas no balanço deste ano. Os cálculos feitos pela direção são-paulina só reforçam a importância de negociar jogadores antes de dezembro terminar.
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