Mundial vira ensaio-geral do Qatar para Copa; falhas de segurança acontecem
Com o fim da Copa das Confederações, evento tradicionalmente utilizado como teste um ano antes da Copa do Mundo, o Mundial de Clubes do Qatar ganhou ares de ajustes finais para receber as seleções em 2022. Ante a disputa intercontinental em jogo, o Supremo Comitê de Entrega e Legado (SC) tentou reproduzir nas partidas o mesmo aparato que será empregado em três anos, seja na identidade visual, na segurança, no treinamento dos envolvidos e em todo o ambiente que cerca a competição.
Na maioria dos aspectos, os catarianos passaram com folga. Em um deles, foram detectados problemas: a torcida tunisiana acendeu sinalizadores e soltou fumaça colorida, o que obrigou a intervenção dos seguranças privados, outra exigência da Fifa. Os profissionais tentaram conter o tumulto que se formou e conseguiram resolver a questão sem o uso de violência. Esse foi o incidente de maior gravidade dentro das arenas e deixou claro que a segurança e a revista falharam.
"O Mundial está nos ajudando no gerenciamento de multidões, na comunicação, na experiência dos fãs e na identificação das áreas em que podemos melhorar. Queremos dar as boas-vindas aos fãs e também nos comunicar com eles e obter feedback sobre a experiência. Além disso, nossa infraestrutura está sendo testada", disse Hassan Al Thawadi, secretário-geral do SC, durante conferência.
A rodada dupla que reuniu os jogos Espérance (TUN) x Al-Hilal (SAU) e Al-Saad (QAT) x Monterrey (MEX) foi um bom exemplo disso. Ainda que os jogos não tivessem o mesmo apelo de público, bloqueios de ruas foram feitos previamente e as forças de segurança atuaram em massa. Policiais à cavalo e outros com cachorros faziam a ronda em volta do estádio, todo cercado e com acesso franqueado apenas aos torcedores com tíquete.
Para testar o serviço de transporte público, as autoridades isentaram o pagamento do metrô para os que têm ingressos para as partidas. A avaliação do transporte público foi absolutamente positiva por parte da organização. Nas semifinais e na final, o serviço transportou milhares de torcedores sem problema algum. Esse deslocamento foi elogiado pela Fifa.
Centenas de voluntários atuaram em todas as áreas da competição e a gentileza foi a marca do trabalho. Para facilitar a interação, eles usam uniformes com os nomes de suas respectivas áreas gravados às costas.
Padrão Fifa
A entidade que dirige o futebol é rígida quanto aos padrões de seus eventos e o Mundial tem servido como uma reprodução em menor escala daquilo que se verá em 2022.
Na área de convivência dos estádios, palco para shows e apresentações, barracas de comidas típicas e internacionais, e a exposição do troféu que seria dado ao clube campeão no Qatar. Um estande que pinta o rosto de crianças e adultos também está lá. Tudo com o jeito da Fifa.
Na Fan Zone, aqueles que não compraram entradas também encontrarão tudo aquilo que os que foram em alguma edição recente da Copa do Mundo já conhece: entretenimento, música e, ao contrário do que ocorre nas arenas, bebida alcoólica.
O espaço destinado para essa festa no Mundial foi marcado por frieza absoluta em quase todo o tempo. Como Doha não tem muitos pontos de concentração, estas áreas terão atenção especial em 2022.
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