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Cruzeiro tem baixa importante na gestão e CEO deixa cargo após duas semanas

Com Medioli de CEO, Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro foi anunciado no dia 23 de dezembro - Cruzeiro/Divulgação
Com Medioli de CEO, Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro foi anunciado no dia 23 de dezembro Imagem: Cruzeiro/Divulgação

Enrico Bruno

Do UOL, em Belo Horizonte

05/01/2020 11h48

O Cruzeiro ganhou mais uma dor de cabeça para ter que se preocupar. Neste domingo (5), Vittorio Medioli, que ocupava o cargo de CEO do clube, anunciou que não fará mais parte do núcleo dirigente transitório da Raposa. A partir de amanhã (6), o comitê gestor dividirá as outras tarefas emergenciais (contratar um novo diretor de futebol e resolver o futuro dos atletas com altos salários) com a procura de um CEO profissional para comandar a instituição.

O anúncio sobre o desligamento do foi feito por meio de uma coluna no Jornal O Tempo. Nela, Medioli, que também é prefeito de Betim, na região metropolitana de Belo Horizonte, justificou sua saída alegando que o estatuto do clube não permite que ele permaneça.

"O CEO do Cruzeiro será outro. Ficou esclarecido que o estatuto do Cruzeiro me impede de assumir. Aceitei durante 15 dias participar de uma tentativa de resgatar, que me permitiu conhecer a extensão do imbróglio azul e apresentar estratégias e medidas que o verdadeiro CEO, aquele legitimado, poderá usar. Enfim, não posso e não vou assumir, mas não sumir. Darei tudo que posso e a lei me permite", iniciou.

Medioli também criticou o atual estatuto do clube e o atual crise financeira vivida pelo Cruzeiro. Em um dos trechos, ele diz que o processo de reestruturação, "imensamente longe do reparável", deveria ter acontecido há pelo menos três anos:

"Quando era necessário cortar um dedo gangrenado para salvar a mão, nada se fez. No Cruzeiro deixaram gangrenar os dois braços, as duas pernas e até os órgãos reprodutores. Sobrou uma massa em decomposição. Um clube financeiramente aniquilado, enquanto ex-dirigentes esbanjavam saúde e alegria", escreveu.

Anunciado no dia 23 de dezembro, Medioli levantou algumas questões importantes que podem refletir no futuro celeste. Uma delas é o teto salarial estabelecido em R$150 mil. A relação com o Mineirão e o contrato com a Adidas são outros assuntos que o agora ex-CEO estava tentando resolver. Nos próximos dias, o Cruzeiro receberá a resposta da Minas Arena sobre melhores condições de fazer seus jogos no Mineirão, evitando assim levar alguns jogos para o Independência ou outros estádios. Durante a semana, o clube também terá uma reunião com a Adidas para tentar fazer um contrato melhor com a fornecedora esportiva. Do contrário, não está descartada a rescisão contratual. Por fim, Medioli também era um dos entusiastas à\ ideia de fazer do Cruzeiro um clube-empresa para fazer mudanças profundas e tirar a instituição da sua maior crise na história.

Nota oficial do Cruzeiro

Após o anúncio do desligamento, o Cruzeiro divulgou uma nota oficial informando que Medioli deixou o cargo alegando "motivos pessoais". Além disso, o clube informou que terá uma reunião amanhã (6) para decidir os próximos passos a serem tomados.

"O presidente do Núcleo Dirigente Transitório do Cruzeiro Esporte Clube, Saulo Fróes, informa que o grupo vai se reunir nesta segunda-feira para traçar novas diretrizes após o afastamento do CEO, Vittorio Medioli, por motivos pessoais.

Após a reunião, torcedores e imprensa terão uma informação oficial.

Belo Horizonte, 5 de janeiro de 2020."

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