Topo

Santos

Gerente de base muda procedimento de renovação contratual no Santos

Jorge Andrade, gerente de base do Santos - Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC
Jorge Andrade, gerente de base do Santos Imagem: Pedro Ernesto Guerra Azevedo/Santos FC

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

05/01/2020 04h00

Contratado no final de outubro como novo gerente das categorias de base do Santos, Jorge Andrade já começa a dar uma cara nova principalmente na questão administrativa da base do clube. Um dos destaques é o novo procedimento padrão na hora da renovação dos contratos dos Meninos da Vila.

Depois de ter inúmeros problemas nos últimos anos para renovar com as principais promessas do clube, Jorge Andrade implantou um sistema padrão de valores por categoria, com bonificações por metas alcançadas. A ideia é não passar mais pelos problemas recentes como com Renyer, Kaio Jorge, Sandry, Tailson, entre outros.

"Criamos uma programação, uma linha de cargos e salários dentro das categorias, de acordo com condições e orçamento do clube. Trabalhamos com meritocracia, as coisas vão acontecendo de acordo com a produtividade do atleta. Ninguém vai chegar no profissional sem as condições de profissional, mas as coisas tem que ser conquistadas de acordo com o estabelecido dentro dos níveis. Se o atleta conquistar mais, óbvio que vai ser reconhecido pelo clube. O que acontece é que às vezes o atleta ainda não conquistou e já quer na frente. Renyer foi bacana, renovou e está feliz. É isso que importa", disse Andrade em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.

Assim que chegou ao clube e fez a primeira análise, Andrade identificou um problema potencialmente sério: atletas sem contrato de formação. Segundo ele, após o diagnóstico, todos os atletas assinaram vínculo com o Peixe.

"Fizemos ajustes contratuais de atletas que estavam bem defasados, alguns sem contrato de formação. Ainda estamos em fase de análise e conhecimento. Temos que estar mais bem organizados administrativamente em relação contratual com os atletas, inclusive no início. Hoje nenhum atleta a partir dos 14 anos fica sem contrato de formação. É uma coisa que regularizamos imediatamente e não estava regularizado", contou.

Andrade tem passagens pelo Athletico-PR, Internacional e Figueirense. No Peixe, ele se espantou com duas coisas, uma positiva e uma negativa: o talento e a dificuldade estrutural do clube.

"O talento individual dos atletas... Aqui tem muitos jogadores talentosos. A estrutura física é bem complicada para a base. Estamos fazendo algumas coisas importantes que não posso falar agora, mas é algo que deixa a desejar em comparação com os grandes clubes, com o nível de atletas que são revelados pelo Santos e com a importância desse clube pro Brasil e pro mundo. Ficou defasado isso com o tempo e não é de agora", disse.

O Peixe sofre sem um CT de base decente. O atual, CT Meninos da Vila, sofre com invasões da comunidade, como denunciou o UOL Esporte, e está em condições precárias.

"O sub-11 e sub-13 treinam lá. Mas a situação é complicada, sempre tem gente invadindo, jogando... Não são as condições adequadas não. Devia ser fechado, ninguém ter acesso, até para ter mais cuidado com os campos e estrutura."

Com os problemas no CT Meninos da Vila, o Santos vem focando em melhorias estruturais no CT Rei Pelé. Recentemente foram feitas diversas reformas, entre elas a mudança da parte administrativa das categorias de base, que ficava na Vila Belmiro, para o local, integrando ainda mais profissional e base. Outra mudança recente foi a contratação de um psicólogo e uma nutricionista de performance para os Meninos da Vila.

"Nosso trabalho é formativo. Queremos ganhar os títulos, mas o mais importante para nós é que o jogador tenha acesso ao time principal, o título é consequência do trabalho, performance do atleta e do coletivo. Mas se não tiver desenvolvimento do indivíduo, não vamos conseguir resultado de taça e não vamos conseguir colocar atletas no time principal. Ter jogadores com projeção para a equipe principal tem que ser nosso foco. É importante formar gerações vencedoras, mas isso é consequência", explicou Andrade.

Competições

Se a equipe sub-20 estreou muito bem na competição mais importantes da categoria, a Copa São Paulo, vencendo por 4 a 1, as outras categorias do Peixe não ficarão apenas assistindo. Com exceção do sub-13, os demais times já tem calendário cheio.

"O Sub-17 vai para Santiago-RS para disputar uma tradicional competição com grandes clubes da América do Sul. Na primeira fase pegamos Alianza Lima (PER) e Nacional (URU), então é uma mini Libertadores. Temos que preparar os atletas já na formação porque o Santos é um clube que sempre disputa Libertadores, enfrentando esse tipo de escola. Estamos voltando também para a competição tradicional em Votorantim com o sub-15, enquanto o sub-11 vai disputar a Iber Cup. Só o sub-13 que não está indo para competição, pois não apareceu oportunidade", informou.

Santos