Como venda de Reinier fez Flamengo mudar postura e sonhar alto no mercado
Campeão do Carioca, do Brasileiro e da Libertadores, o Flamengo apostou praticamente todas as suas fichas no mercado da bola de 2019. Com tiros mais que certeiros (e caros) como Arrascaeta, Gerson e Bruno Henrique, todos adquiridos pelo clube, o Rubro-Negro levantou taças, mas viu sua capacidade de fogo ficar mais limitada para 2020.
Era consenso na Gávea que apenas uma venda pesada poderia dar mais fôlego para as finanças do clube, que caminham bem, mas que não previam investimentos altíssimos para a temporada. Com a iminente venda de Reinier para o Real Madrid, que deve render algo na casa de R$ 125 milhões ao Fla, o clube passou a sonhar mais alto e adotou postura quase hegemônica nos grandes negócios que estão sendo feitos no Brasil.
O atacante Michael, por exemplo, é fruto desta nova realidade. Com esta nova margem, o Flamengo viu a possibilidade de avançar sobre a revelação do último Brasileirão. A provável aquisição vai custar próximo dos R$ 33 milhões. Mesmo com grana no bolso, a cúpula do futebol tenta esticar prazos e parcelamentos, tática adotada recentemente.
Ainda há um pequeno entrave acerca de valores, visto que ainda há um desacordo entre o Goiás e o empresário do jogador em relação aos 5% dos direitos que pertencem ao Goianésia (GO). Apesar deste descompasso, Michael é dado como certo na Gávea.
"Existe a vontade de contar com o Michael. Qualquer clube gostaria de contar com o Michael, mas entre querer e conseguir, vai uma distância. Espero que tenha um final feliz, mas o Flamengo tem processos, perfis e papéis a serem cumpridos. O Flamengo não vai fazer maluquice por ninguém, mas não vai deixar de contratar por uma diferença ridícula", disse o vice-presidente de relações externas, Luiz Eduardo Baptista, à "Fox Sports".
A balança ainda ficará favorável para os rubro-negros, mas parte deste montante ainda servirá para honrar prestações de transações passadas e também entra no cálculo para ter Gabigol em definitivo. O artilheiro ainda sonda propostas da Europa, mas o Flamengo já tem carimbado pelo menos R$ 72 milhões para a concretização do negócio.
As outras transações em curso serão "baratas", mas, a longo prazo, poderão exigir uma grande injeção de recursos. Já anunciado, o atacante Pedro Rocha foi emprestado até dezembro pelo Spartak (RUS). Caso seja aprovado, o Fla terá de pagar 8 milhões de euros (R$ 36,4 milhões) para a aquisição, já que o negócio teve valor pré-fixado.
Nome que está muito próximo de uma formalização, Thiago Maia, do Lille, chegaria sob condições similares. O volante seria cedido até dezembro e os direitos serão fixados em 6 milhões de euros (R$ 27,1 milhões).
O atacante Pedro está na alça de mira há tempos e o acerto, desde sempre visto como difícil, caminha. Falta convencer a Fiorentina (ITA) a topar condições iguais a essas. O ex-tricolor chegaria emprestado e teria os direitos estipulados por não menos de 10 milhões de euros (R$ 45,2 milhões). Assim como Rocha e Maia, este eventual investimento ficaria apenas para 2021, o que daria mais conforto para o fluxo de caixa.
O lateral-direito Orejuela é mais um nome na agenda do clube, mas o Cruzeiro discute com o empresário do jogador o seu futuro. A Raposa comprou o colombiano, mas pretende emprestá-lo. O Fla já manifestou interesse, acenou que pode arcar com os salários que seriam pagos pelos mineiros e aguarda os próximos capítulos.
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