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Jogadores brasileiros vivem apreensão para volta ao Irã após crise com EUA

Brunno Carvalho e José Edgar de Matos

Do UOL, em São Paulo

09/01/2020 12h00

Jogadores brasileiros que atuam no Irã vivem um clima de apreensão desde que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou um ataque que resultou na morte do general Qasem Soleimani, chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã. A crise teve um novo capítulo na terça-feira (7), quando o país asiático atingiu com mísseis duas bases norte-americanas no Iraque.

Meia do Machine Sazi, Eduardo Mancha decidiu passar as folgas de fim de ano na Europa e acompanhou de longe a crise envolvendo o país em que mora. A uma semana da reapresentação, ele admite sofrer pressão da família para seguir seu caminho longe do futebol iraniano.

"A gente fica apreensivo. A família fica falando, os amigos também, e a gente acaba pensando um pouco sobre deixar o Irã. Mas tenho contrato lá e espero que até o dia da reapresentação as coisas se acalmem e volte tudo ao normal", diz Mancha, que admitiu saber pouco sobre o general Qassim Suleimani.

Revelado nas categorias de base do Ceará, Mancha atuava no Birkirkara, de Malta, antes de se transferir no meio de 2019 para o futebol iraniano. O meia tem contrato com o Machine Sazi até o fim de junho deste ano.

Assim como Eduardo Mancha, o atacante Mazola deixou o Irã na folga de fim de ano, mas optou por voltar ao Brasil. Ainda longe do país asiático, o antigo jogador do São Paulo disse ter recebido muitas mensagens de amigos preocupados com a situação.

"O campeonato parou no final de dezembro e vim para Guarulhos (SP) visitar minha família. Tenho acompanhado os noticiários e estou na torcida para que tudo acabe bem. Alguns amigos que não sabiam que eu estava no Brasil, me mandaram mensagem para saber se estava tudo bem".

Mazola tem contrato até junho de 2021 com o Tractor Club. No Brasil, além do São Paulo, ele passou por Figueirense, Guarani, Ceará, entre outros.

Entenda a crise entre Estados Unidos e Irã

A mais recente crise entre os dois países começou após o ataque coordenado pelos Estados Unidos contra um aeroporto em Bagdá, no Iraque. A ofensiva resultou na morte do general Qassim Suleimani, chefe da Força Revolucionária da Guarda Quds do Irã. Além dele, ao menos outras sete pessoas morreram.

Na noite da última terça-feira (7), o Irã respondeu ao ataque lançando mísseis em duas bases dos Estados Unidos no Iraque. Em entrevista coletiva ontem (8), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que o ataque iraniano não causou mortes.

"Nenhum americano se machucou no ataque da noite passada pelo regime iraniano. Não sofremos baixas, nossos soldados estão seguros e tivemos apenas prejuízos mínimos em nossas bases militares. Nossas grandes forças americanas estão preparadas para tudo", declarou.

Após o ataque às bases norte-americanas, a Guarda Revolucionária do Irã ameaçou fazer uma nova leva de ataques caso os Estados Unidos respondessem de maneira bélica. De acordo com a CNN, os iranianos ameaçam atacar dentro do país norte-americano, além das cidades de Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Haifa, em Israel.

Apesar da ameaça, Trump afirmou que o confronto com o Irã está retraindo. "O Irã parece estar recuando, o que é bom para todas as partes envolvidas, uma coisa muito boa para o mundo".