Por que saída de preparador de Fábio foi tão questionada pelos cruzeirenses
Desde o início do ano, o Cruzeiro iniciou uma onda de demissões na parte administrativa e dentro do departamento de futebol. Em meio a dirigentes com história no clube e até ídolos — como o ex-goleiro Raul Plassmann —, a mais repercutida dessas saídas ocorreu na segunda-feira (6), data da reapresentação celeste. Treinador de goleiros do clube por dez temporadas, Robertinho foi mais um cortado por causa política que visa enxugar os gastos. Referência no país, o profissional tem parcela importante no desempenho de Fábio, e sua competência é hoje reconhecida — e cobiçada — até mesmo pelos torcedores rivais.
Robertinho começou sua carreira como preparador em 2001, no ASA de Arapiraca-AL. Antes disso, passou pelo Catuense-BA e Ipatinga, fazendo parte daquele time que bateu o próprio Cruzeiro no Mineiro de 2005. Como goleiro, atuou dentro das quatro linhas defendendo as cores do Bangu, São Carlense-SP, Inter de Limeira e Botafogo-SP. Em 2010, saiu do Flamengo após uma reformulação e foi contratado pela Raposa, que também mudava sua comissão técnica. Por coincidência, Adilson Batista, hoje atual treinador, deixava o clube para a chegada de Cuca.
O treinador de goleiros é apontado como o melhor, ou um dos melhores, profissionais da função no país. A maneira mais fácil de averiguar sua competência é por meio das atuações do goleiro Fábio, que continua em alta até hoje, aos 39 anos.
Nos treinamentos da Toca da Raposa, duas características sempre chamavam atenção: a exigência com todos os goleiros e capacidade de Robertinho para inovar e tirá-los da zona de conforto, simulando várias situações de jogo que exigem forte poder de explosão e principalmente reflexo dos arqueiros. Caixas de madeira, lonas ensaboadas, grades e rebatedores e desviadores de bolas são só alguns dos métodos utilizados.
Robertinho teve parcela importante para reforçar a fama da escola de goleiros do Cruzeiro, que já contou com Raul e Dida. Além de Fábio, os treinamentos inovadores também valiam para o reserva Rafael e aos demais goleiros. Quando Fábio se lesionou gravemente e ficou oito meses parado, muito se cogitou sobre sua aposentadoria, já que Rafael estava indo bem debaixo das traves.
Mas Fábio não só retornou, como voltou ainda melhor para recuperar seu posto. Constantemente, Robertinho ainda mantinha contato com os profissionais da base para passar os métodos aos garotos, de onde saíram Gabriel Vasconcellos (ex-Milan e hoje no Lecce) e Gabriel Brazão (da Inter de Milão e emprestado ao Albacete).
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