Mario afirma que Flu notificará Liverpool, Galo e Allan: "Parte do passado"
A apresentação de Caio Paulista e Felippe Cardoso era a pauta do dia no Fluminense, mas ficou em segundo plano. O presidente Mario Bittencourt pediu a palavra ao fim das boas-vindas à dupla para colocar "pingos nos is" sobre a confusa negociação com o volante Allan, que fechou com o Atlético. O mandatário tricolor afirmou que o clube notificará o Liverpool, o Galo e o jogador na Justiça, com cópia à Fifa.
"Minha crítica muito dura é ao Liverpool. Vamos notificar o Liverpool, o atleta e o Atlético oficialmente na Justiça, com cópia na Fifa. Minimamente é uma postura antiética dos ingleses, fazendo leilão. O Liverpool trabalhou o tempo todo para aumentar o valor. Não queria ficar com o atleta", declarou.
O comunicado não teve perguntas abertas à imprensa. Mario afirmou que "faltou lealdade" do jogador, que durante as tratativas, afirmava querer jogar no Flu em 2020, o que não se efetivou ao fim da negociação.
"Ficam lições. Juras de amor devem ficar da porta para dentro. É um negócio, mercado, futebol profissional. O equívoco de alguns atletas é vender uma relação de paixão que não existe. Não há problema o atleta mudar de clube ou ares, mas precisa ser transparente. Criamos um método de trabalhar de maneira transparente, então não aceitamos o contrário. Com relação ao atleta, ele nos deu a palavra e depois, não quis. Faltou lealdade às conversas", opinou.
A conduta mais criticada, entretanto, foi a do Liverpool. Para Mario, o clube inglês fez um leilão e teve uma postura antiética nas negociações.
"O profissional está recebendo louros por fazer leilão. A conduta do Liverpool é reprovável. A conduta do atleta nos entristece, mas passou. Nenhum jogador, nenhum profissional é maior que o Fluminense. O clube é maior que todos nós. O torcedor é o único que tem relação de paixão com o clube. Nenhuma mágoa do Allan. Vamos buscar os nossos direitos. Queria fazer um apelo aos nossos torcedores que não ofendam o jogador, não tem necessidade. Que ele siga o caminho dele. Vamos focar nossas energias para quem quer ficar aqui e jogar aqui. O recado que dou é: que a torcida canalize as energias para receber bem os jogadores, porque torcemos para o clube. A gente fica triste porque priorizamos o homem, o caráter, para depois focar na parte profissional. Nesse episódio não aconteceu assim da parte dele", criticou.
Por fim, encerrou o assunto comparando a postura de Allan com a de Caio Paulista, que foi dispensado do clube na base e preferiu voltar ao Fluminense para mostrar seu valor.
"Assunto se encerra hoje. Já se sabe mais ou menos. Daqui em diante não falamos mais disso. É algo que tem que fazer parte do passado no Fluminense. Não há necessidade de criar guerra. É um jogador que passou como todos os outros. Esse menino que chegou agora é um exemplo. Optou por voltar para mostrar que merece. Um baita depoimento. Com essas coisas boas do futebol que temos que ficar. Vamos olhar para a frente. O Allan é assunto encerrado. Que façamos um bom ano em 2020".
Confira a cronologia da negociação apresentada por Mario Bittencourt em depoimento:
No dia 8 de dezembro jogamos contra o Corinthians em São Paulo. Allan e Ganso estavam lesionados mas foram para um evento por lá. No dia do evento, nós conversamos. Tomamos um café, Ganso e Paulo (Angioni) participou. Foi quando começamos a conversar para ficar. Ele disse que era sua intenção.
Ele disse que iria para Liverpool para dizer que seu interesse era ficar no Fluminense. Quando cheguei, prorrogamos o empréstimo até o fim de 2019, era só até agosto. Não havia prioridade ou opção de compra, então tentamos negociar com o Liverpool. Durante todos os momentos iniciando essa conversa, o desejo dele era ficar.
Em 11 de dezembro, sentamos com o representante e fizemos uma proposta salarial. Ele levou dois ou três dias para responder, fez uma contra-proposta que foi aceita por nós. Enviamos números, planilha, tudo certo. No dia 13 de dezembro iniciamos as tratativas com o Liverpool.
Durante todo esse período, eu e Paulo falávamos com ele pelo WhatsApp, em um grupo que nos falávamos quase diariamente. Em todo o período, ele sempre disse que queria ficar no Fluminense. Salário não se discutia mais, havia acordo. Conversei sempre com o Liverpool, do meu computador com o Liverpool. No dia 11 de dezembro, ainda, solicitamos autorização para negociar com o jogador e com o clube.
O Liverpool respondeu que o atleta voltaria à Inglaterra para discutir. Em 18/12, pedimos as condições dos ingleses para que ele ficasse. Em 19, pediram que enviasse proposta. Em 22/12, o Liverpool disse que uma negociação com outro clube estava avançando. Em 23/12, perguntamos se aceitavam vender 50% e manter 50%. O Liverpool queria vender 100% e aceitava parcelar em 24 meses, permanecendo bônus de 20% da mais-valia.
Em 27/12, informamos ao Liverpool uma proposta por 100% em 24 vezes. Eles então mudaram, pois tinham recebido o valor a vista. Empatamos o valor e pedimos para pagar em cinco vezes. Liverpool aceitou o valor por 90%. Enviamos essa proposta. O Liverpool, então, muda novamente e pede pagamento integral. Em 5 de janeiro oferecemos uma proposta com valor maior mantendo parcelamento. O Liverpool aumenta um pouco mais esse valor e aceita em 24 vezes. O Fluminense aceita. O Liverpool pede um aumento na entrada. No final das contas, o Liverpool diz que chegamos a um denominador comum e que comunicaria ao atleta.
Saíram então as notícias de que o jogador estava em Belo Horizonte. O Liverpool me disse que não tinha dado autorização para isso. Mandei para o Allan que fechamos a operação. O Liverpool enviou a minuta do contrato, respondemos com alterações, eles concordam e nós fechamos a minuta. O atleta estava ciente, monitorando. Até que em dado momento, o Allan disse que não tinha mais nada a ver com isso.
Um dos representantes, então, nos disse que ele estava assinando com o Atlético. Fizemos nova pergunta ao Liverpool. Eles disseram que pararam as negociações para conversar com o Allan. Depois, definitivamente, disseram que agradeceram a proposta, mas que o atleta queria jogar no Atlético.
Não há necessidade de criar guerra. É um jogador que passou como todos os outros. Esse menino que chegou agora é um exemplo. Optou por voltar para mostrar que merece. Um baita depoimento. Com essas coisas boas do futebol que temos que ficar. Vamos olhar para a frente. O Allan é assunto encerrado. Que façamos um bom ano em 2020.
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