Folclórico no Brasil, Kazu volta à elite do Japão perto de fazer 53 anos
Resumo da notícia
- Kazu, de 52 anos, renovou contrato com o Yokohama FC até o fim de 2020
- Clube subiu para a elite do Japão após 12 temporadas na Segunda Divisão
- Atacante é o mais velho a disputar uma partida profissional desde 2017
- Ele já jogou em seis clubes brasileiros e é mais lembrado pelo Santos
- No CRB, foi personagem de matérias do repórter Marcio Canuto na TV
O Yokohama FC anunciou na última sexta-feira (10) a renovação do contrato do atacante Kazu para a temporada 2020.
Assim, o jogador chamado de "Rei" por torcedores japoneses terminará seu próximo contrato com 53 anos de idade. Ele é reconhecido pela Fifa e pelo Livro dos Recordes como o mais velho a disputar uma partida de futebol profissional - isso aconteceu em março de 2017, quando ele tinha 50 e superou o recorde do inglês Stanley Matthews, que atuou nos anos 1960.
Kazu faz aniversário em 26 de fevereiro. Três dias antes é a estreia do Yokohama FC na Primeira Divisão do Campeonato Japonês após 12 temporadas na JLeague 2. O atacante foi contratado pelo clube em 2005, quando era um veterano de 38 anos, e foi rebaixado em 2007. Assim, sua volta à elite é justamente em um ano especial para o clube. "Nossos esforços serão para manter o Yokohama FC na JLeague 1. Eu farei o meu melhor para contribuir", afirmou o atacante no anúncio da renovação.
De contrato novo, Kazu inicia a 35ª temporada profissional de uma carreira iniciada no Brasil, em 1985. Fascinado por futebol, o adolescente de família rica mudou-se para o "País do Futebol" e desembarcou nas categorias de base do Juventus-SP. Ele chegou ao Santos em 1986, fez 35 jogos e quatro gols em duas passagens e está pintado no muro do CT Rei Pelé. Ainda defendeu outros cinco clubes no Brasil: Palmeiras, Matsubara, CRB, XV de Jaú e Coritiba. Foram dois títulos no país, os Estaduais de Alagoas e Paraná nos anos 1980.
Kazu voltou ao Japão na década de 1990, com quase cem jogos pela seleção, e também chegou a jogar na Itália (Genoa) e na Croácia (Dinamo Zagreb) antes de chegar ao Yokohama FC há 15 anos. No Brasil, além do apelido de "Jaspion", por causa do sucesso do programa infantil japonês da mesma época, o jogador virou folclore. E quem lembra uma das histórias famosas é outra figura marcante da cultura brasileira: o repórter Marcio Canuto, que trabalhava na TV alagoana na época da passagem pelo CRB.
"Ele é filho de um milionário japonês e o pai resolveu investir no sonho dele mandando para jogar futebol no Brasil. É o primeiro jogador 'paitrocinado', porque gastava cinco, dez vezes mais do que ganhava no CRB. Ele tinha um padrão de vida incompatível com o futebol alagoano, morava num belo hotel de Maceió que o salário dele não pagava uma diária. Ganhou um jipinho do pai, daqueles sem capota, incrementado. É uma história maravilhosa", conta o jornalista, ao UOL Esporte.
"Quando ele começou a se destacar disse, com aquele português arranhado, que queria incentivo, aparecer mais. Eu o levei para a praia e botei para ver as meninas de biquíni. Ele babava. Dei um binóculos para ele ficar vendo. Na época tinha uma música do Fausto Fawcett sobre biquíni, fio dental, uma coisa bem sensual, e colocamos também. Foi um sucesso danado, divulgou ele para o Brasil inteiro", relembra Marcio Canuto, que antes de ser o fiscal do povo na TV Globo trabalhou como repórter esportivo em Maceió.
"Hoje nada disso iria para o ar. Foi outra época", diverte-se. Leia aqui uma longa entrevista com o jornalista.
Canuto até se aposentou do jornalismo, mas Kazu continua ativo no futebol. Ele jogou só três partidas na Segunda Divisão ano passado, mas está à disposição para seguir quebrando barreiras em 2020. Desta vez na elite.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.