Por que Valdir de Moraes foi "unanimidade" em Corinthians, Palmeiras e SPFC
Resumo da notícia
- Goleiro histórico do Palmeiras, Valdir Joaquim de Moraes também fez história no Corinthians e no São Paulo.
- Pioneiro como preparador de goleiros, Valdir trabalhou na Era de Ouro de Telê Santana no São Paulo, no início da década de 1990.
- No Corinthians, além de ser o preparador de goleiros da Democracia Corintiana, foi supervisor técnico do time campeão mundial em 2000.
- Pelo Palmeiras como membro de comissão técnica, treinou durante a Era Parmalat e "criou" nomes como Velloso, Sérgio e Marcos.
- "Não era só o trabalho técnico, ele era um conselheiro para gente", disse Velloso, em conversa com o UOL Esporte.
A carreira vitoriosa como goleiro do Palmeiras significa apenas uma parte do legado deixado por Valdir Joaquim de Moraes no futebol paulista. O ex-jogador, que morreu anteontem (11) em Porto Alegre, aos 88 anos, transformou o treinamento dos atletas da posição que o consagrou e ampliou a própria história, alcançando reconhecimento até nos arquirrivais Corinthians e São Paulo. Valdir era unanimidade no "trio de ferro."
A aposentadoria dos campos ocorreu em 1969. Dois anos depois, Valdir começava a trabalhar na comissão técnica de Oswaldo Brandão e sugeriu que se dedicasse a preparar os goleiros do time. A presença de um especialista deu certo e se espalhou por outros clubes; inclusive com o próprio Valdir, que obteve resultados nos dois rivais palmeirenses na capital.
No Corinthians, Valdir Joaquim de Moraes foi preparador de goleiros da Democracia Corintiana, conquistando o bicampeonato paulista em 1982 e 1983. Como supervisor técnico, levantou os troféus do Campeonato Brasileiro (1998 e 1999) e do Mundial de Clubes de 2000. Também fez parte dos títulos do Paulistão (2001), do Torneio Rio-São Paulo e Copa do Brasil (2002).
Já pelo São Paulo, Valdir Joaquim de Moraes exercia a preparação dos goleiros na denominada "Era de Ouro" de Telê Santana no início dos anos 1990. O profissional como são-paulino foi campeão Paulista (1991 e 1992), Brasileiro (1991), Libertadores (1992 e 1993), Mundial (1992 e 1993), Recopa (1993 e 1994) e Supercopa (1993). Permaneceu até 1997 no clube tricolor.
O reconhecimento vem de gerações. Cesar Maluco, ao site do Palmeiras, classificou Valdir como "um dos melhores goleiros que viu jogar". Como preparador, o elogio recai sobre o pioneirismo.
"Como o primeiro na carreira de preparador de goleiros, ele foi muito importante para o Palmeiras e para o futebol brasileiro. Ele passou esta escola para as demais equipes e, por isso, está marcado na história. Hoje, essa é uma profissão", destacou o ex-centroavante.
"Sem contar a 'Academia de Goleiros' que se iniciou no Verdão. A maioria aprendeu coisas sobre colocação, reflexo e outras habilidades com ele", destacou César Maluco.
Pelo Palmeiras como membro de comissão técnica, somou duas passagens, uma delas em meados dos anos 1990, até deixar o clube em 2011. Na "Academia de Goleiros alviverde", criou nomes como Velloso, Sérgio e Marcos.
Um dos "pupilos" e grandes nomes criados pelo pioneiro na preparação dos goleiros, Velloso destacou como "Seu Valdir" ajudava no lado profissional e pessoal, como destacar a questão psicológica no dia a dia com os goleiros.
"Ele era uma pessoa muito especial no dia a dia. Ele me ajudou demais no Palmeiras. Quando eu estava afastado, ele foi uma das pessoas que pediu minha volta. Minha volta foi por causa dele em 94, para ser campeão paulista contra o Corinthians. Ele foi uma pessoa que me ajudou desde a base, me acolheu, me orientou", comentou ao UOL Esporte.
"Não era só o trabalho técnico, ele era um conselheiro para gente. Sempre conversava muito com a gente. A parte psicológica do goleiro é algo muito importante e ele fortalecia muito, deixava a gente confiante para jogar. Muitas vezes, mais importante que o treino era a conversa que a gente tinha pós-treino, antes dos jogos. Isso sempre foi algo marcante", encerrou Velloso.
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