O Palmeiras inicia amanhã (15) a temporada 2020 jogando contra o Atlético Nacional, da Colômbia, pela Florida Cup. Ainda com o time sendo testado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo, uma das possibilidades é a escalação de Felipe Melo como zagueiro, ao invés de volante.
Durante o segundo bloco do Posse de Bola #15: "Flamengo está fazendo o que o Palmeiras fez com Mattos", os jornalistas analisaram como o experiente jogador pode se sair atuando em uma nova posição, com Paulo Vinícius Coelho colocando outra dúvida: se Melo for escalado como zagueiro, quem joga no meio de campo do Palmeiras?
"Eu sei que o Felipe Melo não queria jogar de zagueiro, ele está aceitando trabalhar taticamente por enquanto, mas ele não fez um treino tático inteiro. A pergunta não é se o Felipe Melo pode jogar de zagueiro, é quem vai jogar de volante. Ninguém explicou isso ainda, se vai ser o Matheus Fernandes, por exemplo, que teve proposta do Barcelona. Quarta-feira vai ser um dia muito legal porque, por mais que seja só o primeiro jogo, a gente vai saber o primeiro esboço do Corinthians do Tiago Nunes, que é mais discreto, e do Palmeiras do Vanderlei", disse PVC, recordando que o Alvinegro também estreará no torneio na Flórida diante do New York City.
O jornalista explicou ainda o que Luxemburgo pretende com a mudança, além de citar outros momentos em que o técnico mudou jogadores de posição e foi bem-sucedido.
"O pensamento primeiro não é o desarme, é o arme. Vamos pensar assim: por que o Fernandinho [do Manchester City] virou zagueiro? Ele tem a qualidade do passe que outros zagueiros não têm. Então, na primeira retomada você já tem a qualidade da saída", explica PVC, lembrando ainda do Palmeiras do início dos anos 90.
"Vanderlei dizia que ele precisava de volantes — por isso ele tinha Sampaio e Mazinho — que 'não pusessem a bunda no chão', era a expressão que ele usava. E o Palmeiras criava o que foi um dos melhores trabalhos do Vanderlei. O Maldonado no Cruzeiro, o Maldonado no Santos, o Rincón no Corinthians, ele queria o primeiro volante que jogasse onde tinha espaço. Hoje o espaço é mais atrás", completou.
Eduardo Tironi também citou outros casos de mudanças de posições feitas por Luxemburgo.
"Luxemburgo ao longo da sua carreira sempre tirou uns coelhos desse tipo da cartola, de trocar jogador de posição. Então, o cara mudou o Narciso de posição no Santos, colocou o Rincón de volante. Essa parece ser mais uma dessas do Luxemburgo", disse Tironi.
Para Arnaldo Ribeiro, é preciso saber se Felipe Melo conseguirá se adaptar a uma mudança para atuar como zagueiro, embora lembre que não é a primeira vez que o jogador tenha sua posição no campo alterada durante a carreira.
"Tem algumas especificidades, linha de impedimento, saída, você atua numa zona de menor espaço, mas é um outro tipo, tem gente que se adapta muito bem e tem gente que não se adapta tão bem. Acho que o Felipe Melo, se a gente for lembrar, ele foi recuando. Ele era meia, depois foi para segundo volante, no Palmeiras primeiro volante, e o Luxemburgo está tentando colocá-lo como zagueiro aproveitando a altura, o bom passe e talvez não mais a mesma vitalidade para jogar no meio de campo", analisou.
Já Paulo Andrade usou como exemplo o caso do brasileiro Fernandinho, do Manchester City, que chegou ao clube como volante e hoje atua como zagueiro no time comandado por Pep Guardiola.
"Num determinado jogo do Campeonato Inglês contra o Wolverhampton, o cara do scout do Manchester City chegou para ele com os olhos brilhando e disse: 'Fernandinho, você acabou de fazer o jogo em que você percorreu mais quilômetros desde que você chegou ao Manchester City, como zagueiro. A explicação é a seguinte: o time do Manchester City joga alto, joga pressionando no campo de ataque. Então, a quantidade de vezes que o zagueiro está exposto e é obrigado a correr para trás, dar um sprint de 30, 40 metros dentro de um jogo é muito grande", citou Andrade.
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