Campello admite interesse do Vasco em Dedé e dificuldade para manter Guarín
O presidente Alexandre Campello concedeu entrevista à Vasco TV em forma de pronunciamento. O dirigente cruz-maltino falou sobre diversos assuntos, com o objetivo de esclarecer dúvidas dos torcedores sobre negociações como a de Dedé e a manutenção de Guarín, as dívidas do clube e divergências na gestão, enfraquecida após a saída de alguns vice-presidentes.
Sobre o zagueiro, alvo de incessantes perguntas da torcida do Vasco nas redes sociais, Campello adotou a postura de pés no chão, apesar de admitir interesse no jogador.
"A gente sabe qual é o valor do salário do Dedé. Existe uma diferença grande entre aquilo que ele recebia nesse contrato e o que a gente pode pagar. Uma vez que ele esteja livre, que rescinda o contrato com o seu atual clube, existe o interesse do Vasco, é claro. Mas sempre dentro desse nosso planejamento de manutenção de folha salarial enxuta", declarou.
Já sobre a permanência de Guarín, destaque do Vasco em 2019, o presidente admitiu certa dificuldade para alcançar os valores pedidos pelo volante colombiano, mas se mostrou esperançoso em uma resolução positiva do acordo.
"É um atleta que caiu nas graças da torcida, é qualificado, se identificou muito com o clube. O Vasco tem total interesse na sua manutenção. Mas ainda temos uma diferença entre aquilo que o clube propõe e o que o atleta entende que é o necessário para que ele renove o contrato. Obviamente a gente ainda tem a expectativa de renovar com o jogador. Estamos mantendo conversas com o seu procurador. Quem sabe com um pouco mais de flexibilidade de lá e de cá a gente consegue chegar a um denominador comum?", disse.
O mandatário comentou também sobre a tentativa frustrada de renovação com o atacante Rossi, xodó da torcida em 2019, dando detalhes da negociação.
"Nós tínhamos a intenção de renovar com o Rossi, mas, até em linha com essa austeridade financeira, nós propusemos ao atleta a renovação do contrato pelo mesmo valor que ele recebia no contrato anterior. Depois de algumas conversas, o seu empresário disse para o Mazzuco que eles tinham uma proposta para receber o dobro do que recebia no Vasco e mais luvas. E o Vasco lamentavelmente não tem condições de cobrir essa oferta", revelou.
Os salários atrasados, claro, também foram tema de uma das respostas de Alexandre Campello. O presidente negou ter má relação com os jogadores por conta das promessas não cumpridas para acertar os débitos existentes.
"Meu tratamento com os atletas e a comissão técnica do clube sempre foi muito transparente. Mostrar para eles qual é a nossa dificuldade e o que o clube está fazendo. "Olha, o clube está trabalhando essa operação para trazer esse recurso para pagar o salário". Sempre houve um ótimo diálogo entre a direção e os atletas, que sempre foram muito parceiros, sempre vestiram a camisa do clube. Em 2019, nós tivemos esse exemplo. Com todos os atrasos, todas as dificuldades, eles se dedicaram ao máximo. Óbvio, fazendo as cobranças quando achavam que precisavam cobrar, mas sempre entendendo o lado do clube e abraçando a causa do clube", disse.
"Especialmente através do capitão, o Castán, que foi sempre uma pessoa muito firme, muito reta. Mas não só ele, outras lideranças do grupo, como Fernando Miguel, Pikachu, Ramon. Sempre houve um diálogo muito franco entre a direção e os atletas, como o que aconteceu agora recentemente. Eu estive na concentração logo após a apresentação dos atletas e tive uma conversa com os jogadores".
Campello também falou sobre a política de austeridade financeira. O objetivo de sua gestão, em sua opiniao, é diminuir os riscos e apresentar um projeto para a recuperação das finanças do clube. Para isso, é necessário "cortar na carne".
"Em 2019, iniciamos a temporada com a ideia de manter a folha de R$ 4,2 milhões líquidos. No meio do campeonato, com as dificuldades que o time apresentou, a gente foi obrigado a investir um pouco mais até para preservar o clube, entendendo que uma nova queda do Vasco seria extremamente prejudicial ao nosso projeto de recuperação financeira. Como o futebol implica na maior parte do custo do clube, havia um entendimento por parte das pessoas que estão no financeiro que deveria haver um corte radical no futebol. Até concordo que a gente mantenha um orçamento baixo com o futebol, mas esse orçamento não pode ser tão baixo que comprometa a manutenção do clube na Sére A. Isso eu não abro mão", opinou.
Por fim, Campello projetou um 2020 "difícil", mas manteve as esperanças do torcedor para os "grandes desafios" que estão por vir.
"Do ponto de vista financeiro e esportivo, acho que vai ser ainda um ano bastante difícil para o clube. Um ano em que a gente ainda tem um impacto grande do endividamento, vai precisar manter os cintos apertados, controlando as despesas e buscando novas receitas. Mas é também um ano de grande expectativa, a gente pretende inaugurar o nosso CT em Jacarepaguá. A obra de modernização e ampliação de São Januário também é uma expectativa muito grande, com possibilidade de se colocar de pé a partir do segundo semestre. É um ano de grandes desafios, mas de muita expectativa. Nós estamos bastante otimistas em conseguir passar por mais esse ano em direção à reestruturação do clube, em direção ao equilíbrio financeiro do clube, em última análise à volta num futuro próximo às grandes conquistas", finalizou.
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