Luxa tem parte do salário no Palmeiras penhorado por ação de Marcelinho
O Tribunal de Justiça determinou que o Palmeiras deposite em juízo 15% dos salários de Vanderlei Luxemburgo. A decisão judicial tem como base a disputa jurídica envolvendo o treinador e Marcelinho Carioca. Em 2016, o ex-jogador ganhou processo contra Luxemburgo por danos morais num bate-boca na TV, mas não recebeu a indenização.
Com correções e juros, a dívida atualizada de Luxa com Marcelinho é de R$ 520,5 mil.
Os depósitos em juízo ocorrerão mensalmente até que a dívida de Luxemburgo com Marcelinho seja quitada integralmente.
A ordem de penhora dos salários para pagar Marcelinho já ocorre desde julho do ano passado. Naquela ocasião, o Tribunal de São Paulo ordenou o Vasco da Gama, clube que Luxemburgo dirigia na época, a depositar em juízo parte do ordenado do técnico (15%).
Apesar da determinação judicial, o Vasco não depositou em juízo os salários fracionados de agosto a dezembro de 2019.
A citação do Palmeiras na Justiça para a penhora do salário atendeu a um pedido do jurídico de Marcelinho Carioca. Luxemburgo assinou contrato de dois anos com o time alviverde.
A assessoria de comunicação do Palmeiras informou ao UOL Esporte que o clube ainda não foi notificado da decisão. A assessoria de comunicação de Vanderlei Luxemburgo disse que o treinador não comentará o assunto.
A reportagem entrou em contato, na quinta-feira, com o jurídico do ídolo do Corinthians e aguarda posicionamento.
Credores de Marcelinho ficarão com os valores penhorados
Mesmo que os salários sejam recolhidos judicialmente, Marcelinho Carioca não receberá a indenização. A Justiça ordenou que os valores em juízo sejam encaminhados para credores do ex-jogador.
Quatro empresas entraram com petições no processo comunicando ser credores de Marcelinho: o Hospital Sírio-Libanês; a L Coelho e J Morello Advocacia; a Planet Soccer Futebol Society; e a Martins Padrão Engenharia.
As quantias pretendidas pelos credores, somadas, superam R$ 2 milhões.
Bate-boca na TV gerou processo
O processo movido por Marcelinho contra Luxemburgo se originou após bate boca com o técnico no extinto programa Por Dentro da Bola, da Rede Bandeirantes, em janeiro de 2007. Luxemburgo chamou Marcelinho de "moleque e safado".
Na ação judicial, Marcelinho acusou Luxemburgo de ofender sua honra e religião durante o programa esportivo da Bandeirantes.
"Alega que o réu [Luxemburgo], ao ser perguntado pelo âncora do programa por que não gostava do autor [Marcelinho], respondeu: 'Do Marcelinho Carioca eu não tenho o prazer de ser amigo dele, nem quero ser', e depois disse: 'Eu não te deixo falar porque você é safado. Você é safado. Eu te conheço como cidadão há muito tempo. Você não vale nada. Você é safado. Você é moleque. Você é moleque e você é safado. Eu posso falar pra você que eu tirei mulher do seu quarto. A tua religião foi a ponte para você se proteger até hoje. Eu falo isso na tua cara. Você é moleque e você é safado", relatou a defesa de Marcelinho à Justiça.
Na época, o jurídico de Luxemburgo alegou que houve defesa da honra, justificando que a reação intempestiva do treinador se deveu a uma suposta ofensa de Marcelinho pouco antes.
Em janeiro de 2009, Luxemburgo foi condenado em primeira instância a pagar R$ 76 mil de indenização. Marcelinho venceu também em segunda e terceira instâncias. O processo foi transitado em julgado (sem direito a recursos) pelo STJ em maio de 2016. Ao longo dos anos, o valor sofreu correções e juros, chegando aos atuais R$ 520,5 mil.
Luxemburgo foi treinador de Marcelinho no Corinthians no final dos anos 1990, período dos mais vitoriosos na história do clube, a despeito da famigerada tensão num vestiário cheio de personalidades marcantes, incluindo os volantes Vampeta e Rincón e o meia-atacante Edilson.
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