Nova postura e reflexão explicam reação de Neymar no PSG após pior ano
Neymar teve em 2019 o pior ano de sua carreira. Duas lesões graves, uma acusação de estupro, agressão a torcedor e uma novela fracassada de transferência para o Barcelona inclinaram para baixo, pela primeira vez, o rumo de sua carreira. Na reta final do ano, o camisa 10 da seleção brasileira viu seu valor de mercado cair, as vaias se intensificarem e a mídia internacional questionar sua longevidade e compromisso no esporte que o transformou em estrela mundial. Aos poucos, dentro e fora de campo, o brasileiro começa a dar sinais de lutar para reverter a situação.
Desde que iniciou no banco de reservas o confronto de peso diante do Real Madrid no final de novembro, pela Liga dos Campeões, Neymar explodiu. Em oito jogos, marcou nove gols e deu sete assistências para companheiros —participação direta em 16 dos 31 gols marcados pelo PSG nesses confrontos.
Há uma série de goleadas no percurso, como o 5 a 0 sobre o Galatasaray, em novembro, e um 6 a 1 sobre o Saint Etienne no último dia oito. Nesse período, o PSG venceu oito partidas e empatou uma. Apesar da sequência não contar com um confronto com uma equipe de qualidade equiparável à do clube parisiense, pessoas próximas a Neymar garantem que a ascensão não é por acaso, e que o bom desempenho dentro de campo acompanha uma mudança de foco fora dele.
Fontes ligadas à seleção brasileira afirmaram ao UOL Esporte que Neymar passou por uma reflexão depois de se lesionar em outubro, em amistoso diante da Nigéria, em Cingapura. Ali, compreendeu que, na medida em que se aproxima dos 30 anos e acumula lesões no futebol, se manter no mais alto nível passa por foco reforçado na parte física e ajustes de estilo de vida.
Pessoas que convivem com o atacante relatam um Neymar mais focado em recuperar o nível de performance dentro de campo. Isso não significa que tenha perdido o hábito de estar com os amigos e manter a vida social, mas a atenção a treinos, alimentação e descanso é constante.
O brasileiro curtiu o ano novo ao lado de Gabriel Medina e outros amigos na Bahia, mas no dia 2 de janeiro apresentou-se e treinou normalmente com o grupo do PSG —no dia 8 balançou as redes na goleada sobre Saint Etienne. A postura foi bem diferente da adotada no meio do ano, quando não se apresentou no dia 8 de julho e gerou revolta no clube parisiense, que chegou a emitir nota classificando o comportamento como "deplorável".
No entorno de Neymar, a ordem é usar o primeiro semestre de 2020 para recuperar o prestígio e as grandes atuações dentro de campo. Isso passa por uma boa campanha na Liga dos Campeões, colocando o PSG na briga pelo título. Pela seleção brasileira, o desejo é de atuar tanto nas Olímpíadas de Tóquio, em julho e agosto, como na Copa América, um mês antes. Concretizar isso dependerá, entretanto, dos desejos dos treinadores André Jardine e Tite, e de uma negociação com o PSG.
A partir de julho o cenário muda —as regras da Fifa passam a permitir que o atacante deixe o PSG mesmo sem que haja acordo entre os franceses e um eventual comprador. Já há movimentação do Barcelona no sentido de preparar uma nova investida para repatriar Neymar, e a permanência em Paris para a próxima temporada é incerta.
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