Allianz quer grama mais forte e melhor drenagem do mundo em campo sintético
Resumo da notícia
- Sintético tem tudo para ser mais resistente à montagem de palcos no gramado
- Tecnologia por trás da grama artificial tem até fios com "memória vertical"
- Drenagem do gramado é elogiada como uma das melhores do mundo
- Objetivo é que o novo campo fique pronto para a segunda quinzena de fevereiro
A instalação da grama sintética no Allianz Parque, estádio do Palmeiras, tem três objetivos principais a alcançar: ser um campo mais resistente após os shows, com manutenção simples e mais barata, e dono da melhor drenagem do mundo. Para isso, importou um material da Holanda que é defendido até como melhor do que a grama natural.
O UOL Esporte fez uma visita ao estádio e acompanhou o andamento da reforma, que ainda deve durar três semanas. A principal causa da troca de gramado é a sua resistência: a qualidade do campo natural oscilava demais, principalmente após o estádio receber grandes eventos, uma dinâmica que deve mudar a partir deste ano.
"É o grande ganho que teremos, nós e o Palmeiras. Antes havia todo o estresse de não conseguir ter o melhor gramado", afirma o diretor de operações do Allianz Parque, Mike Willian. "Esta é a forma de conseguir manter um campo mais estável, porque teremos pouquíssimas surpresas depois dos shows", continua.
Segundo a empresa contratada pelo Allianz, a nova grama se destaca inclusive entre os outros modelos de sintético usados no Brasil. Há uma inovação quanto aos fios do gramado, que conservam uma "memória para que sempre estejam na vertical", mesmo após serem amassados pela pesada estrutura de um palco, por exemplo.
"Três dos fios são até patenteados e são os que fazem com que a grama fique de pé o tempo todo. A grama convencional fica toda amassada, mas esta não", afirma Edson Gomes, gerente comercial da Soccer Grass. O primeiro teste da grama já foi positivo: os rolos de sintético foram produzidos na Europa e levaram semanas para chegar até o estádio, comprimidos e amassados; quando foram abertos, os fios estavam na vertical.
Outra diferença relevante está na costura: os fios são tecidos três vezes na base do campo, o que aumenta muito a resistência. "Estes fios não saem nem com alicate. Não vai ter pedaço de grama pelo campo, justamente por este cuidado", diz Edson Gomes.
Quanto à drenagem, a confiança na grama sintética é ainda maior, porque o novo campo será capaz de absorver 500 mm de chuva a cada hora. Precisaria haver, em apenas 60 minutos, o dobro da média de precipitação do mês de janeiro inteiro para criar algumas poças no campo.
"O sintético é um reforço a um sistema de drenagem fantástico que o Allianz já tem: são dois colchões drenantes e mais uma camada de areia acima dos tubos que escoam a água para fora do estádio. Não fica devendo para nenhum estádio do mundo", afirma Gomes.
O investimento na grama sintética pode chegar a R$ 10 milhões, um custo explicado pelas circunstâncias da reforma: uma troca emergencial, com material importado e pressa de terminar. Como as obras estão em andamento, o valor final ainda pode aumentar.
Por outro lado, o Allianz Parque calcula uma economia de pelo menos R$ 100 mil ao mês com o novo campo, incluindo queda nos gastos com manutenção e energia elétrica. Também há a intenção de diminuir a frequência em que o Palmeiras é obrigado a mandar jogos fora de casa — foram oito vezes em 2019, e a projeção deste ano é de quatro. A grama sintética por si só não é capaz de resolver este problema, porque o conflito de datas também envolve especificidades técnicas de cada evento realizado no estádio.
O Palmeiras pretende estrear o gramado sintético contra o Mirassol, em 16 de fevereiro, na sexta rodada do Campeonato Paulista.
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