Como Léo foi pego no susto para substituir o papai Reinaldo no São Paulo
Todo mundo sabia que Rebeca, filha do lateral-esquerdo Reinaldo, poderia nascer na última quarta-feira (22). Mas a chance era grande de o lateral esquerdo acompanhar o nascimento da menina ao lado da esposa e só depois se juntar ao elenco do São Paulo para enfrentar o Água Santa. Um atraso inesperado, no entanto, obrigou Léo a entrar no time titular de repente, menos de duas horas antes da partida no Morumbi.
"Eu estava no meu quarto, faltando 1h30 para a janta, aqui no CT da Barra Funda ainda. O Fernando Diniz me comunicou, pouco antes da palestra e do jantar. Depois disso já sairíamos para o jogo. Eu não estava sabendo de nada, só que poderia nascer, mas que ele devia até jogar, porque concentrou normalmente", relembra Léo, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte.
Essa aparição repentina entre os titulares poderia desesperar o lateral ou afetar a forma de jogar do São Paulo. Só que não foi isso o que se viu na abertura do Campeonato Paulista. Léo parecia entrosado com os demais titulares e mostrou personalidade até para chegar ao ataque e fazer bons cruzamentos, como no lance em que Helinho e Vitor Bueno desperdiçaram chances de marcar.
O lateral explica como estava tão à vontade: "Isso que aconteceu mostrou algo importante e muito legal, que é o Diniz ter uma estratégia de treinar o time que teoricamente é principal de uma forma e usar a mesma coisa com os que não começam os jogos. Ele dá importância a todo o elenco. Entrei seguro porque sabia o que fazer dentro de campo, não foi nada novo. Ele não precisou dizer nada além de me avisar que iria jogar, porque sabe que a gente está preparado para fazer tudo, que a gente sabe onde ir quando toca para o goleiro. E não vou falar o que é para não entregar pro adversário (risos). Mas a gente sabe onde vai, onde volta, onde recua. Nem precisou conversar antes, então precisamos valorizar o trabalho dele".
O São Paulo venceu a partida no Morumbi por 2 a 0 e abriu a temporada com mais tranquilidade. Reinaldo curtiu a noite com a família para celebrar o nascimento de Rebeca e ontem (23) já voltou aos treinos. Léo, ainda mais confiante, agora espera mais chances. E a próxima pode chegar em breve. Diniz deve promover a volta de Reinaldo no clássico de domingo contra o Palmeiras em Araraquara, mas tende a escalar um time misto para o jogo seguinte, também em Araraquara, contra a Ferroviária.
Confira um bate-papo com o lateral-esquerdo Léo, do São Paulo:
Quando vocês perceberam que o Reinaldo havia sumido da concentração?
Na verdade, chegou um momento em que não víamos mais o Reinaldo, mas sabíamos que ele poderia voltar e jogar, dependendo da hora que a filha nascesse. Realmente, eu não estava esperando jogar, por mais que sempre a gente fique na expectativa de entrar e ajudar. Mas começar mesmo, não imaginava.
Deu tempo de avisar a família para te assistir?
Avisei a família e um pessoal, mas bem em cima da hora, viu? Todo mundo gostou e ficou feliz demais.
E você? Gostou da atuação?
Gostei, gostei. Venho crescendo, graças a Deus e ao trabalho do professor Fernando Diniz. Ele dá confiança. Quando a gente exalta assim tem que ser real com nós mesmos. E sabemos o profissional e a pessoa que ele é, a segurança que nos passa.
O que mudou no São Paulo desde que você chegou há um ano? O ambiente está melhor, o jeito de jogar, a estrutura...
O ambiente sempre foi bom entre jogadores e diretoria, mas tem a confiança que o Diniz passa, essa questão de todos saberem o que ele quer em campo. Isso afeta muito na melhora minha e de outros atletas. Todos estão felizes. Agradar a 30 marmanjos é muito difícil e ele está conseguindo fazer isso (risos).
Como o estilo de jogo mudou? Você gosta de sair tocando desde a defesa ou precisou se adaptar?
Mudou o tempo que o Diniz teve para colocar aquilo que ele entende e acredita. O tempo que tivemos para colocar tudo em prática em Cotia na pré-temporada. Treinávamos dois períodos todos os dias, com trabalhos intensos e ele conseguiu aplicar tudo em pouco tempo, deixando todos os jogadores sabendo o que fazer quando entram em campo. Eu gosto de jogar saindo tocando. Ele dá liberdade para passar e sei que a bola vai chegar trabalhada até o meio e que a qualquer momento podem me lançar com passes de qualidade do Hernanes, Daniel, Tchê Tchê. Eu sei que a bola vai chegar e isso ajuda a mostrar o forte do lateral, que é ir ao fundo. A gente fica à vontade para ficar na última linha do adversário e atacar no último terço do campo. A confiança que ele nos dá é fantástica.
Quando você chegou ano passado, mostrou uma foto que tirou com Hernanes em 2014. Já se acostumou a conviver com ele?
Essa foto eu mostrei para ele e ele falou "caraca, Leozão, como passa rápido!". Tem seis anos quase já, porque foi na Copa do Mundo de 2014. Eu era da base do Fluminense, pedi para tirar uma foto com ele e hoje estou jogando com ele. É muito legal essa volta que a vida e o mundo da bola dão.
E como é a convivência com Daniel Alves?
Olha, para mim ele é um fenômeno. Referência. Maior campeão da história, nem precisa falar. Não tem o que falar. O nome dele fala. Ontem mesmo ficou me orientando depois do jogo. Ter um cara desse pode te fazer crescer, mas é preciso ter humildade para saber ouvi-lo. Tanto o lado bom quando o lado ruim que ele te alertar. Isso graças a Deus eu não deixo faltar: humildade para aprender e estar sempre evoluindo.
Também tirou foto com ele na Copa de 2014?
Tirei, ele até postou no Instagram esses tempos.
Você dá sorte, então? Quem mais vai vir para o São Paulo que você tirou foto?
Tomara que venham muitos, hein?
David Luiz, Hulk, Marcelo...
Pô, se o Marcelo vier vai tirar minha vaga! Não pode (risos)! Se ele ficar de meia está bom, me deixa com o Reinaldo na lateral e fica ali. Tirei com o Thiago Silva também. São todos referências para mim e hoje sei que posso ser referência para os mais novos.
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