Ele botou Pedro no banco e hoje torce por sucesso no Fla: "Tem faro de gol"
O Flamengo anunciou a contratação de Pedro com a hashtag #DeVoltaPraCasa. O atacante de 22 anos teve uma passagem pelo clube nas divisões de base, mas foi dispensado em 2013 por ser "pequeno e franzino". Naquela época, o jogador que hoje mede 1,85 m terminou o sub-15 no banco do futsal rubro-negro. O então titular, Carlos Leon, hoje torce pelo seu "reserva".
"Tem de manter a humildade, né? Hoje ele está assinando contratos milionários e eu estou aqui ainda. Ele chegou a ficar um pouco no banco para mim, mas fico muito feliz pelo caminho que ele traçou no futebol, ele merece. Torço sempre por ele e por outros companheiros que tive na base", contou Leon ao UOL Esporte.
Estudante de Educação Física, Leon é auxiliar-técnico do ARFAB/Bradesco, clube que defendia antes de ir para o Rubro-Negro. Assim que chegou, virou dono da posição. E Pedro acabou na reserva junto com outra estrela do futebol brasileiro: Bruno Guimarães, do Athletico, hoje na seleção olímpica.
"Claro que o futsal é muito rotativo, mas eu começava os jogos, estava em um momento melhor. Me sinto honrado por ter jogado com ele, dividido vestiário com ele e outras feras, como o Bruno [Guimarães]. Eu vejo que poderia ter dado um pouco mais de valor ao que aconteceu, mas é algo que eu posso ter orgulho", afirmou.
Apesar de disputarem posições, Carlos e Pedro sempre foram parceiros nos tempos de Gávea. Não havia rivalidade no vestiário e o jovem de sempre reconheceu a capacidade de finalização do novo centroavante do Fla, que postou em seu perfil no Twitter fotos que comprovam seu passado em vermelho e preto.
"A convivência sempre foi muito boa. O Pedro é um cara muito bacana, alegre e alto astral. Sempre tivemos boa relação, nunca houve rivalidade. Nosso grupo era muito unido. Sempre acreditei nele. Ele sempre teve faro de gol. Foi artilheiro muitas vezes na base, já era consolidado na base antes do profissional e sempre teve essa boa relação com a bola nas redes. Já imaginava que ele pudesse chegar onde chegou", opinou.
Amadurecimento tardio
Depois de ser destaque em categorias inferiores, Pedro chegou ao sub-15 e deu de cara com um obstáculo comum aos jovens. A categoria é um dos "funis" mais apertados das divisões de base. Isso porque, em meio à puberdade, alguns jovens crescem mais rápido e se tornam maiores e mais fortes. Outros, como o novo atacante rubro-negro, têm amadurecimento tardio.
"Ele sempre foi bom de bola, até hoje a gente não entende porque o Flamengo não o aproveitou no campo", lembrou Leon.
Apesar de sempre ter sido visto como um goleador, ainda que com algumas deficiências, o Fla o dispensou. A geração nascida em 1996 e 1997 contava com destaques como Cafu, Caio Rangel e Lucas Paquetá. Um pouco depois, chegaria o novo titular da camisa 9: Felipe Vizeu.
O tempo, entretanto, tratou de fazer a diferença. Do Flamengo, Pedro rodou por vários clubes pequenos do Rio, como Bangu, Duquecaxiense e Artsul, até chegar ao Fluminense. Para isso, contou com sorte e competência: ainda com 16 anos, jogou a final da Série C do Carioca sub-20. Em dois jogos, fez seis gols e atraiu a atenção do Tricolor.
Em 2015, o novo camisa 21 do Flamengo foi campeão brasileiro sub-20 pelo Flu. Depois de ouvir muitas vezes que era baixo ou franzino demais, o jovem já era comparado ao astro sueco Ibrahimovic por conta de seu estilo de jogo.
"Naquela época não havia ligação entre a comissão do futebol de salão e do campo. Nós não jogávamos campo no Flamengo. Hoje em dia é tudo em conjunto, mas naquela época, não. Quando ele saiu por não dar certo no campo isso não foi um assunto, apesar de a gente saber da qualidade dele", completou.
De volta para o ponto de partida, Pedro será apresentado hoje (24), às 12h, no Ninho do Urubu. Com muita história de clube para contar, o artilheiro espera ficar bem longe do banco de reservas dessa vez.
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