Multa de R$ 160 milhões e 'não' ao PSG: quem é Miguel, nova joia do Flu
A vitória por 2 a 0 sobre a Portuguesa deu muito mais do que três pontos para o Fluminense no Campeonato Carioca. A atuação da equipe, que melhorou muito no segundo tempo, mudou da água para o vinho com a entrada de uma das grandes joias de Xerém: o meia Miguel, de apenas 16 anos, o jogador mais jovem a vestir a camisa tricolor como profissional. Mas quem é o menino que deu lençol, entortada em zagueiro e assistência para gol na noite de quinta-feira (23) no Maracanã?
"Profissionalmente, é a melhor noite da minha vida. Vai demorar um pouquinho para assimilar tudo isso. Sei que com o tempo eu posso fazer mais, mas vai demorar um pouco para assimilar isso tudo. Poder entrar, ajudar a equipe, ir bem... Sem dúvidas, vai ser uma noite para ficar guardada. Mano a mano tem que ir para cima, não tem outra escolha. Ali era eu e o marcador, eu ou ele. Tinha que partir pra cima, poderia sair coisa boa", afirmou Miguel após o jogo.
Nascido em Vila Velha, no Espírito Santo, o jovem chegou ao Flu com 10 anos após se destacar na Desportiva Ferroviária. De lá para cá, se destacou, esteve em todas as seleções de base e era considerado o melhor jogador da geração 2003. Apesar disso, chegou a trocar o Tricolor pelo Vasco em 2015, mas voltou ao Fluminense já como camisa 10 do sub-15. Desde os 13 anos, possui um contrato especial com a Nike, e é uma das grandes apostas da marca.
Em 2019, foi alçado aos profissionais sob a batuta de Fernando Diniz e recebeu sua primeira chance num jogo decisivo. O relógio marcava 44 minutos quando a placa subiu indicando a saída do zagueiro Nino e a entrada de um jovem baixinho, com cara de garoto, num Mineirão cheio, nas quartas da Copa do Brasil. A magia logo aconteceu: Miguel avançou pela esquerda, abriu o jogo e achou Daniel, que cruzou para João Pedro marcar de bicicleta. O gol levou a partida para os pênaltis (o Flu acabou derrotado) e foi considerado o mais bonito da competição.
Isso tudo antes mesmo de assinar seu primeiro contrato profissional. O jovem estreou com o vínculo de formação, e poderia deixar o Flu de mãos abanando. A diretoria correu para costurar um acordo com seus empresários e manteve o craque da base com uma multa de 35 milhões de euros (R$ 161 milhões).
Alvo de clubes da Europa, Miguel já deu entrada no passaporte europeu. Na verdade, em dois: um português e outro italiano. Esses documentos trouxeram dúvidas não só ao Flu mas também a CBF, já que o meia pode até optar por não atuar pela seleção brasileira no futuro. O Paris Saint-Germain estava de olho, e chegou até a fazer uma proposta. Mas o menino preferiu seguir no clube onde começou a brilhar ainda mais em 2020.
A partida contra a Lusa parece ter marcado a ascensão meteórica de mais uma promessa de Xerém. De rara qualidade e inteligência em campo, Miguel ignorou as dúvidas sobre sua idade e corpo ainda franzino para fazer chover no Maracanã. Aos 16 anos, ele ainda se divide entre a vida de um adolescente e a realidade de um jogador de futebol, no seu caso, o mais jovem a atuar pelo Fluminense.
"Até difícil de imaginar, porque sou o primeiro. Chego em casa, meus amigos todos falam: "Vamos para onde hoje?" Mas eles estão de férias, né? Eu não estou ainda. Mas é muito bom estar vivendo isso tudo tão cedo, é um sonho. Sei que todos sonham passar por isso e eu só tenho que agradecer", declarou.
Sempre alegre, o jovem é alvo constante de brincadeiras dos companheiros. Seus pais costumam buscá-los após os treinamentos no CT Carlos Castilho, e por vezes, a espera é longa. Assim, não é raro ouvir a pergunta de outro jogador: "hoje esqueceram você, Miguel?". Um dos grandes amigos dele é justamente Gilberto, agraciado com um passe açucarado para o segundo gol tricolor.
"Meu irmaozão, cara. Meu companheiro de quarto. O cara que eu mais tenho afinidade no grupo. A gente sempre falava que meu primeiro gol ia vir dele ou o primeiro gol dele tinha que vir de mim. Graças a Deus, foi o meu que veio da assistência dele. Tem tudo para ser um grande jogador esse ano e estou torcendo muito por ele", disse o lateral após a partida.
Além disso, mostrou personalidade e também fez piada com a idade de Nenê na saída de campo, chamando o experiente meia de 38 anos de "avô". Em campo, o jogador já mostrara ser abusado.
"Ah, tem que ser (abusado). Se não não anda. Com o passar do tempo, a gente vai jogando, vai pegando mais ritmo, ficando mais à vontade. Estou me acostumando aos companheiros, pegando mais intimidade ali no campo", declarou.
Constantemente convocado para as seleções de base, Miguel pediu dispensa antes da convocação do Mundial Sub-17, disputado no Brasil, por conta da situação do Fluminense, até então, no Campeonato Brasileiro. Por isso, não se tornou campeão mundial com a amarelinha, onde costumava ser titular junto a Reinier e Talles Magno, dos rivais Flamengo e Vasco. Ele espera em 2020 ter o sucesso de seus companheiros de seleção.
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