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Com 20 dias de trabalho, o que Eduardo Coudet já mudou no Internacional?

Eduardo Coudet, técnico do Inter, já mudou várias situações no time - Ricardo Duarte/Inter
Eduardo Coudet, técnico do Inter, já mudou várias situações no time Imagem: Ricardo Duarte/Inter

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/01/2020 04h00

Eduardo Coudet começou a trabalhar efetivamente no dia 8 de janeiro. Com 20 dias no comando do Inter, e dois jogos oficiais, o treinador já mudou pontos importantes dentro e fora de campo.

Foram duas vitórias. A primeira, com reservas, 1 a 0 fora de casa sobre o Juventude. A segunda, ontem, 3 a 1 contra o Pelotas, na estreia dos titulares no Beira-Rio. E os dois jogos já indicaram padrões que devem ser seguidos e aprimorados em diante.

"Sempre acho que podemos dar um pouco mais. Como disse, minha análise é que jogamos com duas semanas de trabalho, o tempo vai fazer melhorar, soltar de outras maneiras o time. Mas estou ciente que, em pouco tempo de trabalho já se vê uma ideia, que seguramente irá crescendo, melhorando. Vejo uma forma, uma ideia bem clara do que pretendo. Podemos melhorar mais, mas há coisas pontuais que já estou vendo", disse o treinador.

Nós também. E a reportagem do UOL Esporte vai pontuar o que realmente é novo no Inter de 2020.

Concorrência forte, sem time titular

"Eu carrego uma frase comigo. Para mim, se joga como se treina e se treina como se joga". Assim, Eduardo Coudet definiu seu início de trabalho no Inter. Ainda que lembre que precisa de tempo e que evoluções acontecerão, o comandante já adota suas ideias na escolha da equipe que entrará em campo.

Ao contrário do que ocorria no ano passado, ele prefere não separar titulares e reservas e diz que a competição sadia irá ditar os 11 para atuarem na quarta-feira. O planejamento para o jogo da Libertadores, dia 4 de fevereiro, é uma incógnita.

4-1-3-2

O esquema é pouco usual no Brasil, mas caracteriza os times de Coudet. Uma linha de quatro defensores, um volante, uma linha de três meio-campistas à frente, um atacante de movimentação e um centroavante. Assim o Inter se posiciona, diferente do 4-1-4-1, do 4-2-3-1 ou do 4-4-2 que apareceram ano passado.

Zagueiros e volante participativos

A saída de bola mostra a primeira e mais clara mudança no Inter. Os dois zagueiros abrem pelos lados do campo, o volante, Musto ou Lindoso, aparece entre eles e participa ativamente do início das jogadas. Os laterais avançam e atuam mais à frente, adiante até da linha de meio-campo. O jogador que atua centralizado na linha de três meio-campistas dá opção para o passe curto, os demais esperam a bola longa.

Meias com liberdade para infiltrar

Um volante, três jogadores de meio-campo alinhados. Esta é a movimentação do centro do time de Coudet. Mas destes três, o volante entra junto da linha de zagueiros e outro jogador aparece dando opção de passe curto. Restam os dois jogadores de lado, que têm liberdade para entrar na área ou alternar com os atacantes as opções de passe. Foi assim que saiu o primeiro gol contra o Pelotas. D'Alessandro, que atua como segundo atacante, recuou, Edenilson, que joga aberto pela direita, entrou no espaço aberto, recebeu a bola e marcou.

Laterais no ataque ao mesmo tempo

O posicionamento dos laterais também é bastante diferente no Inter de Coudet. Moisés e Rodinei, nos titulares, Uendel e Heitor, nos reservas, atuaram alinhados com atacantes, dando amplitude ao time na última linha. Ao mesmo tempo. Tão logo a jogada se conclui, com eles tendo liberdade para buscar o espaço e abusando do jogo físico, a orientação é recompor o mais rápido possível. Para isso, é necessário velocidade e explosão, características procuradas nas contratações para a função.

Pressão no ataque, time no campo rival

Se a principal crítica ao time de Odair Hellmann era onde o Inter ficava no campo, recuando para a frente de sua área principalmente em jogos fora de casa, e no comando de Zé Ricardo foi a recomposição falha com os flancos desprotegidos, no time de Coudet a equipe joga quase inteiramente no campo rival. Quando perde a bola, laterais recuam, mas meias e atacantes "encaixam" na equipe adversária buscando não apenas pressionar quem está com a bola, mas tirar as primeiras opções de passe. Em momentos do confronto com o Pelotas, os 10 jogadores de linha estavam da intermediária rival para frente no campo.

Jogadas ensaiadas em escanteios curtos

Ainda que admita que não teve muito tempo para trabalhar isso, Coudet já mostrou que pretende aprimorar jogadas ensaiadas e escanteios curtos alternados com cruzamentos. Deixando o adversário em dúvida sobre qual conduta terá pelo lado do campo, o treinador crê que possa tirar proveito maior deste tipo de lance.

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