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Como Flamengo superou jogo de paciência e europeus para comprar Gabigol

Gabigol "namora" a taça da Libertadores após conquista. Jogador fica no Flamengo - Cris Bouroncle/AFP
Gabigol "namora" a taça da Libertadores após conquista. Jogador fica no Flamengo Imagem: Cris Bouroncle/AFP

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

28/01/2020 04h00

Foram meses de flerte, jogo de cena e ameaças de separação, mas Gabigol e Flamengo vão oficializar hoje (28) a união por mais cinco anos. As tratativas foram finalizadas ontem durante encontro que reuniu Marcos Braz, vice-presidente de futebol, e o diretor Bruno Spindel, e o contrato do camisa 9 com o Fla já foi assinado.

As negociações que resultaram no casamento se arrastam por meses, mas houve momentos de tensão no clube, que viu, por vezes, certa indefinição do jogador para dizer o "sim". Quando se viram acuados, os rubro-negros ameaçaram recuo no mercado da bola.

Na realidade, Gabigol sempre considerou o Fla como única opção possível caso uma oferta de um grande europeu não surgisse, o que acabou ocorrendo. Paciente, a cúpula do Fla aguardou o desenrolar da janela de transferências e foi ganhando fôlego à medida que Gabigol não era cobiçado por outros pretendentes.

Outra ponta deste triângulo, a Inter de Milão sempre deixou claro que desejava a separação, mas queria a maior indenização possível pelo rompimento. Com uma sinalização rubro-negra de 16 milhões de euros (R$ 74,3 milhões) por 80% dos direitos, os italianos foram ao mercado da bola por melhores propostas. Não conseguiram. Dispostos a contratar o dinamarquês Eriksen, os dirigentes cederam aos cariocas.

A partir daí, o Rubro-Negro jogou com o fato de estar em posição privilegiada na negociação. Sem outros destinos à vista e com a Inter desesperada para fazer dinheiro, os rubro-negros deixaram a 'batata quente' com com os interistas.

Brasileiros e italianos intensificaram as conversas e valores passaram a ser debatidos de forma mais detida. A Internazionale pediu mais dinheiro por uma fatia maior dos direitos, mas os cariocas não atenderam a íntegra do pedido. Entre idas e vindas, a transação terá um custo um pouco maior do que o estipulado inicialmente pelos cariocas, mas não deverá chegar aos 19 milhões de euros (R$ 88,2 milhões pedidos).

A contratação é festejada internamente desde ontem na Gávea, e a direção pretende uma apresentação de gala para o velho conhecido da torcida, que voltará ao clube com a responsabilidade de ao menos igualar a temporada de 2019.