Castán faz cobrança "silenciosa" por salários e tenta conter crise no Vasco
Ser o porta-voz do treinador, coordenar os companheiros, participar do sorteio do lado de campo e trocar flâmulas com o adversário são algumas das funções básicas de um capitão de uma equipe de futebol. Porém, Leandro Castan, no Vasco, está bem longe de ser apenas isso. Experiente e com forte poder de liderança, ele tem rompido os limites das quatro linhas com sua braçadeira.
É o defensor, por exemplo, quem costuma tomar frente do elenco junto à diretoria nos delicados assuntos dos salários atrasados. E se tiver que cobrar, assim faz, sem ressentimentos, mas no olho no olho.
Diante das câmeras, até demonstra insatisfação com o fato, mas prefere preservar a instituição, como fez na semana passada. A cobrança é quase silenciosa, feita preferencialmente nos bastidores.
"Nunca criticamos a diretoria aqui e não vai ser agora. Esperamos que sejam pagas as coisas que estão para trás. Quando alguém vai falar alguma data, prefiro nem escutar para não me envolver. Sabemos que tem tanta coisa, penhora para lá, para cá... Preferimos jogar futebol", disse o "Il Capitano", apelido que significa "O Capitão", em italiano, e que faz alusão aos quase cinco anos no futebol da Itália.
Segundo pessoas do convívio diário do futebol do Vasco, se não fosse Leandro Castan "segurando as rédeas" do elenco, muitos já teriam se insurgido.
"A impressão que tenho é que se ele roer a corda, muita gente vai junto", disse uma delas.
Ajuda funcionários e ambienta companheiros
A preocupação com o ambiente vascaíno transcende o grupo. Castan, por exemplo, foi um dos que participou, no fim do ano passado, das doações de cestas básicas para funcionários do clube que atravessam situação dramática com os atrasos, mas sempre de maneira discreta.
À sua assessoria de imprensa particular, por exemplo, costuma deixar claro que prefere não detalhar questões extracampo. Nem mesmo para falar sobre mais um gesto típico de um capitão, que foi o de convidar o atacante argentino Germán Cano para passar o domingo de folga (26) em sua companhia e a de outros amigos, como o volante Fellipe Bastos, que estava no clube até o ano passado.
Cano, vale lembrar, além de ser o único reforço do Vasco até aqui em 2020, também é o único estrangeiro do elenco, já que o colombiano Oswaldo Henríquez e o paraguaio Raul Cáceres deixaram o Cruzmaltino, e o colombiano Fredy Guarín ainda negocia sua renovação de contrato.
Nesta temporada, passou a dividir o quarto nas concentrações com o jovem Talles Magno, considerado a maior joia cruz-maltina atualmente. A ideia é transmitir experiência e ensinamentos ao atacante, que tem multa rescisória estipulada em mais de R$ 200 milhões.
Leandro Castan tem contrato com o Vasco até dezembro de 2022.
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