Festança e desfalque esfriam empolgação do PSG com sequência de Neymar
A ascensão de Neymar nos últimos onze jogos empolgou toda a estrutura do PSG. A impressão era de um jogador focado como nunca desde a chegada à França em recuperar sua melhor forma dentro campo. A festança de aniversário no último domingo, entretanto, um dia depois do jogo diante do Montpellier e dois antes do diante do Nantes, esfriou um pouco a animação. Cauteloso, o clube parisiense observa os próximos passos do seu camisa 10.
Desde novembro do ano passado, Neymar chama por mudanças consideradas positivas de comportamento. Sem privilégios, com uma vida mais discreta e dedicação intensa a treinamentos dentro e fora dos muros do clube, o atacante recuperou a forma física e técnica. Desde dezembro, são 11 gols nos últimos 11 jogos, com grandes atuações e arrancadas que levantam a torcida.
Mas, de acordo com apuração do UOL Esporte, a cúpula do time francês esperava algo mais discreto e alinhado com o momento de recuperação física e técnica do atacante. Apesar de contrariada com o fato, a diretoria optou por não se manifestar publicamente contrária à atitude. De maneira mais enfática, apenas o técnico do clube, Thomas Tuchel, se pronunciou contrariamente e não foi ao evento, apesar de convidado (leia mais abaixo). Nenhum dos dirigentes foram à festa, ao contrário do ano passado, quando os principais foram, inclusive o dono do clube, Nasser Al-Khelaifi, esteve presente em 2019, mas não agora.
Melhora de comportamento
Pessoas próximas ao brasileiro, ligadas ao PSG e à seleção, o veem particularmente focado no futebol. As lesões e polêmicas do ano passado tiverem um efeito profundo, e Neymar vem encontrando dentro de campo a reação que permite que volte a ser feliz.
Isso tudo gera um equilíbrio tênue na relação Neymar x PSG, afetada em 2019 por atrasos não combinados do jogador em apresentação e uma tentativa frustrada de forçar uma transferência para o Barcelona. O clube se anima com a evolução e conta com o brasileiro para um ataque ao título da liga dos Campeões, mas convive com o temor de que insubordinações e o que o presidente Nasser Al-Khelaifi chamou de comportamentos de "popstar" voltem a assombrar os bastidores do clube.
Decepção com a festa
Essa nova lua de mel gerou em Paris a expectativa de uma comemoração discreta no aniversário de Neymar, que não afetasse o dia a dia do clube - chegou a se falar em uma celebração menor, para poucos amigos, algo que a direção do PSG entendia ser mai adequado, segundo apuração do UOL Esporte. A festa, grande e em um período com duas partidas separadas por apenas três dias, surpreendeu e incomodou dentro do clube- o técnico Thomas Tuchel acabou sendo o porta-voz, e não poupou críticas.
"Não vou dizer se vou estar lá, esse é outro assunto. O segundo assunto é o aniversário do Ney. É uma distração, isso é claro. Sempre vou proteger meus jogadores porque eles são meus jogadores e os amo muito. Prefiro falar no privado, se tivermos coisas duras e críticas a dizer, prefiro fazê-las internamente. A substituição do Kylian hoje ou o aniversário de Ney, faz parecer que nós não somos sérios. Podemos passar a imagem de que não somos profissionais", disse.
Tuchel, assim como Khelaifi, não compareceu ao evento. Depois do confronto diante do Nantes nesta terça, Tuchel ainda atribuiu o cansaço de alguns jogadores à festa. Neymar acabou ficando fora da partida com um incômodo na costela.
O UOL Esporte apurou que o desfalque foi também parte de uma estratégia para poupar o jogador e preservar a paz, evitando que a festa se tornasse uma bola de neve capaz de atingir as relações entre Neymar, PSG e torcedores. O atacante brasileiro terá condições de jogo para estar em campo no domingo, diante do Lyon.
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