Homenagens e críticas: Fla encara Madureira um ano após incêndio no Ninho
"Essa Nação jamais vai esquecer / O Flamengo vai jogar / Pra sempre por vocês!". Um ano depois do incêndio no CT Ninho do Urubu, que deixou dez jovens mortos e outros três feridos, o Flamengo entra em campo para encarar o Madureira, no Maracanã, em meio a homenagens, polêmicas e críticas. O confronto, que acontece hoje, às 18h, será pela sexta rodada da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca.
Como forma de tributo às vítimas da tragédia, diversas ações estão previstas, tanto por parte do clube quanto por parte da torcida.
Todos os jogadores e dez meninos da base vão entrar com uma camisa especial com os dizeres "os nossos 10", em referência ao número de mortos no incidente. A peça será retirada antes de a bola rolar. Além disso, cada titular e reserva do Flamengo terá o nome de um dos meninos estampado em seus uniformes.
A camisa de Diego levará a inscrição "Meninos do Ninho". Os atletas usarão uma braçadeira de luto com a hashtag #nossos10. Vale lembrar que, há um ano, o meia foi um dos jogadores que visitou os feridos e chegou a choras em uma entrevista coletiva.
"Não temos resposta para tudo, mas precisamos seguir de alguma forma para dignificar o que esses garotos viveram. E os que estão salvos. Temos de manter esse sonho vivo dentro desses garotos. Competir, ser feliz, viver o sonho de jogar no Maracanã. Eu estou vivendo esse sonho. Novos jovens virão. O Cauan fez fotos conosco, está se recuperando. Peguei o telefone dele, ele me mandou uma foto minha comemorando o gol e disse que se inspirava em mim (choro). Desculpa, temos de seguir, seremos inspirações, assim como o Cauan se inspira em mim. Outros jovens vão se inspirar em outros jogadores. Para ser inspiração a gente tem que estar de pé", disse, Diego, à época.
Na arquibancada, as mesmas bandeiras usadas no Fla x Flu pela Taça Guanabara do ano passado, primeiro jogo após o incêndio, estarão novamente presentes. A torcida receberá ainda 20 mil balões brancos para serem agitados e estourados na entrada da equipe rubro-negra.
Em um muro nos arredores do Maracanã, local do confronto de logo mais, torcedores pintaram os rostos das dez vítimas fatais. Além disso, organizadas estão idealizando 10 minutos de silêncio, seguido por grito dos nomes dos jovens.
O incêndio no Ninho do Urubu completa um ano como uma ferida ainda bem aberta em relação ao clube. O presidente Rodolfo Landim, o vice-Jurídico Rodrigo Dunshee, além do ex-vice de Patrimônio Alexandre Wrobel, não compareceram a uma CPI que que apura as causas e responsabilidade pelo ocorrido há um ano.
"No dia da morte do meu filho não tive um contato do clube, soube pela imprensa. Eu não tive acompanhamento psicológico, o Flamengo não me ajuda em nada. Não houve contato nenhum", disse, durante a CPI, Wedson Cândido de Matos, pai de Pablo.
Durante a semana, a diretoria optou por um vídeo no canal oficial do clube para algumas explicações em relação ao caso e às negociações com a família.
Até o momento, o Flamengo fechou quatro acordos em 11 negociações. Dos casos finalizados há o aperto de mão com as famílias de Athila Paixão, de Gedson Santos, o Gedinho, de Vitor Isaias e com o pai de Rykelmo.
Com a mãe de Rykelmo, que acionou a Justiça, e com os familiares de Arthur Vinícius, Bernardo Pisetta, Christian Esmério, Jorge Eduardo, Pablo Henrique e Samuel Thomas ainda não houve resolução. As defesas não estão sendo conduzidas de forma coletiva.
O inquérito ainda não foi concluído. O Ministério Público do Rio de Janeiro tem a previsão de receber, da 42ª DP (Recreio dos Bandeirantes), o documento concluído ainda em fevereiro.
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