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Paysandu moverá ação contra o Remo após ataque com cesto de lixo a torcida

Suposto funcionário do Remo atira cesto de lixo contra torcedores do Paysandu em clássico do Campeonato Paraense - Reprodução
Suposto funcionário do Remo atira cesto de lixo contra torcedores do Paysandu em clássico do Campeonato Paraense Imagem: Reprodução

Emanuel Colombari

Do UOL, em São Paulo

11/02/2020 18h36

Classificação e Jogos

O Paysandu enfrentou o Remo no último domingo, em clássico pela quarta rodada da primeira fase do Campeonato Paraense, e venceu por 2 a 1 — Nicolas e Uilliam marcaram para o Papão, enquanto Jackson fez o gol dos remistas. Mas o jogo ainda foi marcado por um lance registrado fora de campo.

Segundo imagens que circulam nas redes sociais, a torcida do Paysandu foi atingida por um cesto de lixo. O responsável por atirar o objeto seria um funcionário do Remo.

Por conta disso, o Paysandu irá entrar com uma ação judicial contra o rival e contra a Federação Paraense de Futebol. A informação foi divulgada pelo jornal O Liberal e confirmada ao UOL pela assessoria de imprensa do clube.

A publicação informa que a peça ainda está sendo concluída e abordará três temas — entre elas, a tentativa de agressão. O assunto foi discutido hoje em reunião no estádio da Curuzu.

"Não foi só isso", disse o presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, em referência ao cesto de lixo atirado.

Em contato com a reportagem, o dirigente explicou que o camarote do qual o objeto foi atirado é ocupado em esquema de revezamento por dirigentes dos dois clubes, sempre pelo mandante. No entanto, ele se localiza sobre o setor no qual fica a torcida alviceleste.

"Os caras pegaram no final do jogo, discutiram lá de cima com torcedores embaixo e aí chegou no ápice de um segurança da diretoria do Remo arrancar uma lixeira do camarote e arremessar contra a torcida. Essa lixeira pegou na cabeça de um torcedor que tomou três pontos. Ele já deu entrada no Boletim de Ocorrência, já denunciou criminalmente a situação", disse Gluck Paul, que classificou o caso como "gravíssimo".

"Para fazer o que ele fez, ele está envolto de um sentimento de impunidade muito grave."

Medida contra a Federação

A diretoria do Paysandu também acionará judicialmente a Federação Paraense de Futebol, mas por outro motivo. Desta vez, por um bloqueio no acesso ao gramado ainda no decorrer da partida.

"Com 30 minutos do segundo tempo, trancaram no cadeado o nosso acesso ao gramado. A gente tem uma conexão por um túnel entre o vestiário e o banco de reservas, como em qualquer estádio do Brasil. Esses acessos têm grades, e com 30 minutos do segundo tempo, por ordem da Federação, nos trancaram. Só que a gente tem profissionais que sobem e descem constantemente. Rasgou uma camisa? Vai no vestiário e pega. Precisou de um remédio? Vai no vestiário e pega. A gente precisa desse livre trânsito de pessoas credenciadas", explicou o dirigente.

Em seu depoimento, o presidente do Paysandu disse que a situação piorou quando um objeto foi atirado ao gramado, já depois de o portão de acesso ser trancado.

"Isso acontece. E isso só é um problema para perda de mando e campo quando a sua gerência de segurança não consegue identificar a pessoa, agir, fazer o BO. Dentro do gramado, tem uma autoridade de segurança, o Coronel Barros, responsável pela segurança geral. Quando viram o arremesso do objeto, contataram nossa profissional de segurança, isso aos 38 minutos do segundo tempo. E ela não pôde subir."

Em seu depoimento, o dirigente insinuou algum favorecimento da FPF ao Remo. "Me cheira até a sabotagem. Existe uma névoa, já não é de hoje", disse, sem apontar culpados.

"Para a gente é muito grave. A gente já estudou com nosso departamento jurídico quais medidas a gente deve tomar. Posso dizer que certamente entraremos com todas as medidas cabíveis. Temos uma reunião amanhã para tomar as decisões. Vamos entrar com todas as medidas para que nos respeitem", assegurou.

Ao jornal O Liberal, o diretor de segurança da FPF, Cláudio Santos, afirmou que apenas seis funcionários da comissão técnica de cada equipe podem permanecer em campo: técnico, auxiliar, preparador de goleiro, preparador físico, médico e massagista.

"Não existiu nenhum membro que ficou de fora. Pode ser uma tentativa de acesso de pessoas não autorizadas. Compete ao delegado impedir isso, segundo regulamento geral", disse ele, que foi o delegado do jogo. "Não houve reclamação, ninguém procurou árbitro do jogo, delegado, para falar sobre isso. Agora, todos têm o direito de peticionar algo", acrescentou.