Invicto no Paulista, rival do Palmeiras revela influência de Guardiola
Adversário do Palmeiras pela sexta rodada do Campeonato Paulista, o Mirassol-SP é, ao lado do Novorizontino, um dos únicos invictos do torneio, com duas vitórias e três empates nas primeiras partidas da competição. O segredo do sucesso repentino na equipe do interior tem nome e sobrenome: Ricardo Catalá.
De origem catalã, o treinador de 37 anos foi o responsável por montar o time que está na segunda colocação do Grupo C, mesmo do São Paulo, terceiro. Em entrevista ao UOL Esporte às vésperas do jogo com o Verdão, o técnico revelou qual a meta do time no torneio regional.
"A princípio, a ideia era a de manutenção na Série A do Paulista por ser um clube menor, com muitas dificuldades de atuar contra os grandes clubes. Mas o grupo que nós montamos e os atletas que trouxemos têm um lastro de experiência na Série B, na Série A. Nós acreditamos que, com esse pensamento, o nível será empurrado para cima. Teremos chances de disputar o mata-mata, que nos dá chance de lutar pelo título. Quando você define uma meta, você se limita àquilo. Então, vamos pensar jogo a jogo para ver até onde isso é possível", disse o técnico, que conta qual o segredo da equipe na competição.
"Eu cheguei aqui há oito meses, pós-Paulista de 2019. Contratamos uma equipe pensando na disputa da Copa Paulista, com atletas para desenvolver o jogo que gostaríamos. Chegamos à semifinal do campeonato. Nós pensamos em atletas com lastro de Série A e Série B, porque o Campeonato Paulista é um torneio muito duro, você enfrenta adversários difíceis e quatro clubes grandes e bem estruturados no campeonato. Cada jogo é muito decisivo. Esses atletas já têm esse lastro", acrescentou.
Ricardo Catalá faz análise também da partida contra o Palmeiras, marcada para a tarde de hoje, no Allianz Parque. O jogo marca a estreia do campo sintético no estádio. Ele diz qual deve ser a influência do gramado no resultado do duelo.
"Não vai ter uma influência tão grande no que pode acontecer na partida, porque também é a primeira partida do Palmeiras nesse tipo de gramado. A grama deixa o jogo um pouco mais veloz, mas é bom para as duas equipes. O Palmeiras é uma equipe técnica, e o Mirassol também foi estruturado para isso, para ser uma equipe técnica", comentou.
Ricardo Catalá carrega no sobrenome a sua origem. Filho de catalão, o técnico obteve a nacionalidade espanhola e foi ao país para estudar futebol no início da década. O período no país fez com que ele assistisse de perto o Barcelona comandado por nomes como Pep Guardiola e Frank Rijkaard. O brasileiro diz que a dupla tem influência em seu modelo de jogo atual.
"Eu sou catalão, morei quatro anos em Barcelona e tenho muita coisa do jogo que encantou o mundo com o Pep Guardiola. Você não pode deixar de aproveitar os espaços, como faz o Liverpool do Klopp. A gente já fez gol roubando bola no campo do adversário, já fez gol com bola longa e saindo também em velocidade. O mérito é que montamos o elenco com jogadores que atuam nas duas formas de atuar. A gente busca o jogo apoiado se necessário e também saindo com um futebol mais direto. Acho que dá certo essa mistura. O mundo ideal é ter os dois estilos para ter o futebol um pouco mais completo", declarou.
"Meu pai é catalão, nascido lá. Ele veio ao Brasil, conheceu a minha mãe e se casou. Eu tenho a nacionalidade espanhola. Assim que me formei no Brasil, eu fui para a Espanha. Eu morei quatro anos em Barcelona. Tive a oportunidade de trabalhar em um clube chamado Club Desportivo Europa, da terceira divisão espanhola. Por estar em um grande mercado, pude observar grandes escolas. Eu acompanhei o futebol do Rijkaard e o início do Guardiola. Eu fiz estágio no Espanyol, de Barcelona. Eu tive a oportunidade de fazer no Barcelona e no Zaragoza também", concluiu.
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