Neymar se irritou por ficar 18 dias sem jogar e volta para decidir na Liga
Neymar volta a campo hoje (18) pelo Paris Saint-Germain para enfrentar o Borussia Dortmund, às 17h (de Brasília) pelas oitavas de final da Liga dos Campeões. A abertura do mata-mata do torneio continental encerra um longo período de espera por parte do brasileiro, que ficou 18 dias sem jogar. Ele não participou das últimas quatro partidas do clube parisiense. Em parte, por causa de uma insatisfação da diretoria e da comissão técnica por conta de uma festa de aniversário do craque. Segundo apurou o UOL Esporte, de todo modo, o brasileiro entende que também ficou afastado por conta de uma preocupação excessiva do estafe do PSG com uma contusão na costela, embora treinasse normalmente sem sentir dores.
Com ou sem razão, a cautela da diretoria chefiada por Leonardo e do treinador Thomas Tuchel entrega ao time um Neymar "com fome de bola", no Signal Iduna Park, na Alemanha, segundo fontes próximas ao atleta. Ele não atua desde o dia 1º de fevereiro, em goleada por 5 a 0 contra o Montpellier, pelo Campeonato Francês.
De forma oficial, Neymar tratou a contusão como um "pequeno problema". Em sua visão, já poderia ter jogado contra o Lyon no dia 9 de fevereiro (vitória do PSG por 4 a 2). No entanto, Tuchel não só o tirou da partida em questão como também das duas seguintes (6 a 1 contra o Dijon e 4 a 4 com o Armiens). E não era só um puxão de orelha: o receio de não ter Neymar no mata-mata das Liga dos Campeões também influenciou a decisão do treinador.
Antes de sua contusão e da última festa de aniversário, Neymar vivia alto nível técnico. Na temporada, ele soma 24 jogos, com 15 gols e nove assistências. O atacante sofreu uma queda no primeiro tempo da partida contra o Montpellier e reclamou de dores nas costas. Ele ainda jogou até o fim, e somente dois dias depois foi noticiada uma contusão na costela. Enquanto a comissão técnica do PSG insistia ver ali um problema físico, o entorno do atleta refutava nos bastidores a existência de qualquer questão mais grave, dizendo que ele tinha condição de jogar.
A preocupação dos responsáveis pela imagem do camisa 10, inclusive, era que ele ficasse com fama de fazer "corpo mole" às vésperas do Carnaval, sendo que sua expectativa era a de estar em campo em todos os jogos. A irritação de Neymar foi dividida com os companheiros do PSG.
O estafe do jogador também acredita que o afastamento ocorreu por reprimenda à festa de aniversário feita dia 2 de fevereiro. Publicamente, Tuchel se posicionou contra a ideia de uma festa e reclamou de um possível impacto sobre o condicionamento físico dos jogadores que foram ao evento. A diretoria do clube também ficou decepcionada, mas o excesso de jogos dos quais Neymar foi poupado mostrou, no entendimento do elenco, que não se tratava exclusivamente de uma punição ao brasileiro. A avaliação no vestiário passou a ser clara de que poupar o astro foi consenso entre diretoria e comissão técnica por conta da importância dos jogos de Liga dos Campeões.
Alguns traumas
A contratação de Neymar pelo PSG em 2017 tem como objetivo central do clube a inédita conquista da Liga dos Campeões. Mas um trauma envolvendo o camisa 10 foi criado pelo fato de ele ter atuado somente em uma partida da fase de mata-mata desde então. Isso aconteceu em fevereiro de 2018, na derrota por 3 a 1 para o Real Madrid, pelo jogo de ida das oitavas de final, no Santiago Bernabeu, em Madri. Do confronto da volta (vitória por 2 a 1 do Real Madrid), o brasileiro não participou por conta de uma lesão no pé direito. A reincidência do problema também o deixou de fora dos jogos de eliminação nas oitavas de final contra o Manchester United, no ano seguinte.
O próprio Neymar encara o futebol francês como viril e com jogos de alto risco de lesão, mas jamais se negou a entrar em campo ou alterou o estilo driblador por conta da avaliação.
As lesões sofridas em jogos na França foram parte das justificativas de Neymar ao PSG na tentativa de retorno ao Barcelona no início da temporada. O jogador entende que parte dos árbitros do país é conivente com a violência da marcação. E foi justamente no último jogo em que disputou pelo PSG, diante do Montepellier, que correu o mundo a imagem do brasileiro desesperado com o árbitro por ser recriminado na tentativa de uma carretilha no adversário. O cartão amarelo recebido pela reclamação efusiva ainda gerou briga de vestiário, que foi filmada e escancarou a tensão do episódio.
Para acalmar Neymar, a diretoria do PSG acredita que o sucesso na Liga dos Campeões é vital. Há dirigentes que confiam até em renovação de contrato em caso de conquista —o vínculo atual vai até julho de 2022. Por conta disso, o discurso de Thomas Tuchel na véspera do confronto contra o Borussia Dortmund sequer teve tom de mistério. O brasileiro vai, enfim, acabar com a "fome de bola".
"Neymar definitivamente jogará amanhã. Obviamente isso muda muita coisa", disse Tuchel. "Muda tudo, torna as coisas muito mais fáceis. Ele traz qualidade e confiança. Pode ser decisivo. Isso muda tudo para os companheiros de equipe, para Neymar, para todos. A presença dele me traz confiança", complementou.
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