Resumo da notícia
- Neymar tem razão em reclamar da inatividade no Paris Saint-Germain?
- Fizemos esse questionamento aos blogueiros do UOL Esporte
- Juca: "Total razão. Ele foi castigado e quem pagou foi o PSG"
- Julio Gomes: "Ele tem razão, mas dá para entender o Paris"
- Marcel Rizzo: "Mais um capítulo da queda de braço entre eles"
Autor do único gol do PSG na derrota de ontem (18) para o Borussia Dortmund, por 2 a 1, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, Neymar confirmou a irritação com o clube francês por ser impedido de atuar nos quatro jogos que antecederam o duelo na Alemanha.
O Paris Saint-Germain alegou uma lesão na costela para afastar o jogador do time em partidas que o mesmo já se sentia em condições de atuar. Neymar não gostou.
"Isso [o veto] foi coisa decidida pelo clube e médicos e tive que acatar. Tive várias discussões, e não curti o que propuseram, mas respeitei. Isso acaba sendo ruim para mim e companheiros", disse Neymar em entrevista ao canal Esporte Interativo após a partida da Champions.
O craque brasileiro tem razão em reclamar da inatividade no PSG? Perguntamos aos blogueiros do UOL Esporte. Veja o que eles responderam:
ANDRÉ ROCHA
Tem direito de reclamar. Assim como é compreensível que o clube que o contratou para mudar de patamar na Champions tenha se preocupado em preservá-lo para o que era realmente importante.
É preciso pontuar que Neymar se expõe demais em jogos da Ligue 1. Provocando, chamando faltas e correndo risco de levar uma pancada mais dura e ficar de fora do mais importante.
Não dá para ter tudo.
Leia o blog do André Rocha.
BOLÍVIA
Neymar tem razão em querer jogar mais. Só que, ao lavar roupa suja publicamente, demonstra que a insatisfação deve ser mais profunda.
Leia o blog do Bolívia.
JUCA KFOURI
Total razão. Ele foi castigado e quem pagou foi o PSG que precisa resolver se o quer ou não. Se quer, bote pra jogar.
Leia o blog do Juca.
JULIO GOMES
Ele tem razão? Sim, ele tem razão. Dá para entender o Paris? Dá para entender o Paris. Afinal, Neymar se machucou e ficou fora dos dois confrontos de oitavas de final nos anos anteriores. No último jogo dele, 5 a 0 sobre o Montpellier, deu carretilha, apanhou e brigou com juiz. Nos dias seguintes, irritou o técnico ao levar o time inteiro para uma daquelas "humildes" festa de aniversário. No histórico de jogadores brasileiros, estão "migués" para driblar os clubes e pular o Carnaval. E, claro, ele é constantemente caçado nos jogos do Campeonato Francês.
Dá para entender o Paris. Mas Neymar tem razão. Foi nítida a falta de ritmo do brasileiro em um jogo de altíssima intensidade, típico dos grandes duelos europeus, típico também de jogos de clubes alemães. Tuchel, que é alemão, deveria saber bem disso.
Aliás, a escalação do técnico, sem centroavante, sobrecarregando Neymar, Di María e, principalmente, Mbappé, foi um desastre. Se ele queria fazer um jogo mais conservador em Dortmund, uma razão a mais para dar minutos a Neymar antes. Há jogadores que precisam de ritmo, mais do que outros, e Neymar sempre foi um deles. Agora, o brasileiro precisava vir a público reclamar? Não sabemos todos que roupa suja se lava em casa?
É difícil entender as motivações de fazer isso publicamente. Tirar o corpo fora, para justificar uma atuação abaixo do esperado (apesar do gol)? Duvido que seja isso, pois duvido que Neymar tenha essa autocrítica sobre seu jogo. Seria um recado interno, para jogar alguém contra outro alguém? Seria simplesmente insatisfação de quem nunca pode ser contrariado?
Para nós, da imprensa, é um prato cheio. Neymar dá as informações necessárias para que se especule de tudo. Permite aos jornalistas franceses contestarem as hierarquias PSG. Quando as relações dele com o clube pareciam estar sendo reconstruídas - já saiu até notícia de que ele teria repensado sua posição de sair e estaria negociando renovação -, Neymar joga uma bomba dessas.
Expõe o clube, expõe o técnico, mostra que eles continuam bem longe de um alinhamento. Gera um climão. De novo.
Leia o blog do Julio Gomes.
MARCEL RIZZO
Se a relação entre PSG e Neymar fosse normal, seria compreensível a cautela do clube em poupar o jogador, que tem sofrido com lesões nos últimos anos, para um jogo mais importante como o contra o Borussia. Mas sabemos que a relação entre clube e jogador está abalada desde que ele se posicionou pode deixar Paris. Esse caso é mais um capítulo da queda de braço que vai se arrastar até ele mudar de clube. O PSG fará tudo para irritá-lo e Neymar fará tudo para irritar o PSG.
Leia o blog do Marcel Rizzo.
PERRONE
Não sei dizer quem está certo ou errado nessa história. Nem sei se há lado certo ou errado. É preciso ter conhecimento em preparação física e medicina esportiva, além de analisar exames e dados detalhados do desempenho do jogador na última partida para poder opinar de maneira segura. O que dá para dizer é que teria sido melhor para o ambiente do clube se Neymar tivesse feito as críticas apenas internamente. Porém, ele tem todo o direito de se expressar. Ainda mais se entende que precisa apresentar sua opinião em relação às causas de uma eventual limitação em seu desempenho.
Leia o blog do Perrone.
RAFAEL REIS
É impossível saber se Neymar está certo em ter ficado irritado, já que só os integrantes do departamento médio do Paris Saint-Germain conhecem com precisão o estado físico do brasileiro. Mas Neymar está completamente errado em tornar pública essa irritação. Tudo que o PSG não precisa é que seu principal astro dê chilique no meio de um mata-mata de Champions. Ainda mais depois de ser derrotado pelo Borussia Dortmund na partida de ida. Ainda que Neymar talvez estivesse certo no motivo da reclamação, ele perdeu a razão ao incendiar o sempre inflamável ambiente do Paris.
Leia o blog do Rafael Reis.
RENATO MAURÍCO PRADO
Antes de reclamar da inatividade, Neymar deve avaliar se foi adequado fazer aquela monumental festa de aniversário, nas vésperas de um jogo, é de viajar para um evento de seu patrocinador, pouco antes de outro. Talvez aí ele entenda porque foi sacado das partidas que acho que deveria ter jogado.
Leia o blog do Renato Maurício Prado.
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