Por que eliminação na Sul-Americana é vista como desastre no Flu para 2020
A eliminação vexatória do Fluminense na Copa Sul-Americana não foi encarada apenas como um desastre esportivo para o clube. A queda precoce representa muito mais do que o orgulho ferido do torcedor pela derrota na competição continental, a grande aspiração do Tricolor para 2020. Todo o planejamento do Flu para a temporada passava por uma participação de mais sucesso no torneio.
A começar pela parte esportiva, o Tricolor não via a Sul-Americana como prioridade à toa: era a melhor chance do clube de voltar a conquistar um título de expressão, algo que não acontece desde 2012. Sem a competição internacional, o Flu agora tentará a sorte no Campeonato Carioca e na Copa do Brasil.
Internamente, não há quem acredite ser possível competir pelo título do Campeonato Brasileiro, fazendo com que as palavras de Jorge Jesus, do rival Flamengo, venham a calhar nas Laranjeiras.
Sem conseguir bons resultados nas partidas decisivas que teve, Odair Hellmann também sofre duro golpe com a queda precoce. Após um bom início, o treinador sofre duras críticas dos torcedores nas redes sociais. Depois da derrota, seu nome esteve no primeiro lugar dos assuntos do momento no Twitter, com poucos defensores. Na diretoria ninguém pensa em uma mudança de curso neste momento, mas a pressão externa começa a aparecer para o técnico.
No lado financeiro, o peso também é importante. Apenas em premiações, o Flu esperava alcançar pelo menos o que recebeu em 2019, quando parou nas quartas-de-final: R$ 7,2 milhões. O clube, entretanto, receberá apenas R$ 1,3 milhão pela participação.
Os quase R$ 6 milhões representam duas folhas salariais do elenco profissional, e os vencimentos, que chegaram a estar em dia, muito provavelmente voltarão a ter atrasos maiores.
O Fluminense havia estabelecido metas junto aos próprios atletas, que envolviam o pagamento de premiações mais altas para a Sul-Americana. Além disso, pensava em contratações pontuais na janela de transferências do meio do ano também pensando na briga pelo título da competição. O sonho do retorno do atacante Fred, por exemplo, envolvia também uma participação dele no campeonato. A eliminação não é impeditiva para a vinda do jogador, mas coloca água no chope dos planos de associação em massa.
Eliminado, o Tricolor pisará no freio nas duas frentes: os jogadores sabem que receberão menos e o clube precisará pensar melhor nos gastos futuros com o futebol. Há receio na diretoria de que os dois jogos, ainda em fevereiro, tirem a força do Fluminense para todo 2020.
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