Tuchel irrita jogadores com escolhas e encara pressão no PSG
A derrota por 2 a 1 para o Borussia Dortmund, no jogo de ida das oitavas de final da Liga dos Campeões, reforça o principal ponto de descontentamento dos jogadores do Paris Saint-Germain com o trabalho do treinador Thomas Tuchel: a variação tática. Nos vestiários, entende-se que o time está longe de ter um padrão e que o excesso de improvisações durante os jogos até mesmo gera desgaste físico aos jogadores. Além disso, o treinador alemão encara um ambiente de pressão criado pela mídia francesa e por torcedores do clube.
A crítica ao trabalho de Tuchel virou comum no entorno dos brasileiros Neymar, Thiago Silva e Marquinhos. Pessoas ouvidas pelo UOL Esporte dizem que esse é o sentimento da maior parte do elenco, ainda que isso não tenha sido exposto publicamente.
Ao comentar o descontentamento por ficar 18 dias sem jogar antes do jogo com o Borussia, Neymar, por exemplo, não se dirigiu diretamente a Tuchel. Depois da partida, o técnico foi cobrado pela decisão de poupar o brasileiro de quatro compromissos seguidos antes do início do mata-mata da Liga dos Campeões e se esquivou.
"Isso não era uma decisão minha, e sim médica" disse o treinador, em entrevista ao Esporte Interativo.
Houve um recente descontentamento público de Kylian Mbappé com Tuchel. O francês se irritou ao ser substituído na goleada por 5 a 0 contra o Montpellier e foi cobrado pelo treinador posteriormente. "Já conversamos, me senti desrespeitado. Mas já entendemos a situação, não há mais o que falar sobre isso", disse Tuchel, dias depois.
Variação tática confunde jogadores
Nesta temporada, o jornal francês Le Parisien chegou a reproduzir um diálogo no ônibus do PSG entre dois jogadores após uma partida do time: "Você entendeu o que ele (Tuchel) fez?", perguntou um. "Não, só corri", respondeu o outro.
Neymar entende que o PSG já provou que pode atuar com quatro jogadores no ataque. O camisa 10 foi escalado junto com Mbappé, Di Maria e Icardi em determinados momentos da temporada. Na derrota para o Borussia, o centroavante argentino sequer entrou em campo.
Tuchel fez um pacto com o elenco, dizendo que o time deveria ser capaz de provar a capacidade de marcação no esquema com os quatro atacantes. Em janeiro, a formação foi utilizada no empate por 3 a 3 contra o Monaco, no Parque dos Príncipes, pelo Campeonato Francês, e desagradou ao treinador. No entanto, o esquema foi repetido contra o mesmo Monaco, desta vez fora de casa, pela Copa da França, e resultou em goleada por 4 a 1.
"Eu sou atacante, e todo atacante quer jogar com mais gente ao lado dele. Não nego que seja melhor para mim e acho que sabemos marcar para isso acontecer. Mas quem decide é o Tuchel", disse Neymar, na ocasião.
Contra o Borussia, o técnico foi cobrado pela imprensa francesa pela escolha de um esquema 3-4-3 pouco utilizado na temporada. O treinador foi irônico na resposta ao comentar que a presença de Marquinhos, variando como terceiro zagueiro e primeiro volante, não permitia uma análise tática precisa.
"Ninguém pode dizer se atuamos no 4-4-2. Estou convencido de que jogamos da melhor maneira possível e não me arrependo das minhas escolhas", declarou.
Torcida do PSG e imprensa francesa criticam o trabalho de Tuchel contra o Borussia principalmente pela decisão de deixar na reserva Mauro Icardi, artilheiro do time na atual edição da Liga dos Campeões, com cinco gols em seis jogos. Ele não saiu do banco de reservas. A única substituição feita pelo treinador veio aos 32min do segundo tempo, quando a equipe francesa já perdia por 2 a 1. Di Maria saiu para a entrada de Sarabia.
"Foi um time perdido em campo, e o trabalho de Tuchel pareceu resumido a dar a bola para Neymar", criticou o jornal esportivo francês L'Équipe.
Tuchel chegou ao PSG em julho de 2018 ao substituir Unai Emery. Seu contrato com o clube francês termina em julho de 2021. No entanto, a sequência para a próxima temporada parece atrelada ao sucesso do time na Liga dos Campeões.
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