No banco, Ganso terá que barrar Nenê, incontestável de Odair no Flu em 2020
Paulo Henrique Ganso atuou por apenas 47 minutos em 2020, mas sua situação já é pior do que se esperava. O camisa 10 do Fluminense, que terminou 2019 de volta às boas com o torcedor, começou o ano ampliando a pré-temporada em cerca de um mês para um trabalho específico de reequilíbrio muscular. Nesse período, viu o veterano Nenê, de 38 anos, assumir o protagonismo e virar o artilheiro do time na temporada com cinco gols. Hoje, para Odair Hellmann, o camisa 77 é incontestável, e Ganso precisará barrá-lo para voltar ao time titular.
A relação dos meias é amistosa. Tanto que, quando voltou aos campos na temporada, no clássico contra o Botafogo, Ganso reverenciou Nenê, que marcou dois golaços, ao substituí-lo.
"Começar bem a temporada faz bem. Fisicamente estando bem, tecnicamente se sobressai. Muito feliz por essa fase. Fiquei muito feliz [pela reverência de Ganso. É um cara muito bacana. Um craque, maestro. Vindo dele, é uma honra", afirmou Nenê após a goleada.
Odair afirmou em algumas entrevistas que não pretende utilizar os dois ao mesmo tempo, a despeito do que fez no segundo tempo contra o Unión La Calera, no Chile. Ainda que o camisa 10, nos dois últimos jogos, tenha feito companhia a Nenê no meio de campo, a alternativa ainda não mostrou muito resultado. Na semifinal da Taça Guanabara, contra o Flamengo, Ganso entrou como segundo volante, e na Sul-Americana, em sua posição original, deslocando o veterano de 38 anos para a ponta.
"Todo mundo pode jogar junto. No futebol, teoria é uma coisa e prática é outra. Hoje, a prática é os dois não jogarem juntos. A princípio, a gente deve continuar com a ideia de um meia só dentro da nossa ideia de jogo, mas isso não impede os dois de, em algum momento, estarem dentro de campo juntos após alguma substituição. A ideia é ter um meia só, para que possamos ter jogadores de outras características no jogo", afirmou o treinador, ainda em janeiro.
Com muitas opções de velocidade para o ataque, algo que se faz necessário para o Tricolor, o treinador não deve escalar o meia de 38 anos na frente. Por ali, tanto Marcos Paulo quanto Evanílson estão garantidos, com Fernando Pacheco, Caio Paulista e Wellington Silva brigando pela vaga restante na ponta direita. Assim, pesando sua boa fase nesse início de 2020, Nenê é titular do meio de campo, o que faz com que Ganso seja, hoje, reserva no Flu.
A situação inverte o que todos esperavam para a temporada, uma vez que o veterano terminou 2019 em baixa no Tricolor. Ganso, por outro lado, se consolidou como uma peça importante e liderança considerada positiva no vestiário após o ano turbulento.
Ganso defendeu entrada de Nenê no time em 2019
Mentira repetida à exaustão, a ideia de que o camisa 10 cause problemas no elenco quando não joga ainda não se concretizou em verdade. No Fluminense, Ganso segue uma das lideranças do elenco e não teve nenhum caso de indisciplina, além da discussão áspera com Oswaldo de Oliveira à beira do gramado no Campeonato Brasileiro de 2019.
De lá para cá, inclusive, ofertou, em conversas de cúpula e elenco, a ir para o banco de reservas para que Nenê, então pouco utilizado, fosse titular em alguns jogos do Brasileirão. O entendimento do craque era claro: o veterano e amigo seria peça importante para o Fluminense na luta contra o rebaixamento e poderia ficar desmotivado em ser um mero suplente.
Por onde passou, Nenê acumulou gols, boas atuações e simpatia de torcedores, mas nem sempre foi o jogador de mais fácil trato no vestiário. Por isso, a preocupação em tê-lo no banco de reservas foi a tônica em grande parte de sua passagem no Tricolor. Ainda que tivesse ótima relação com o elenco, o veterano sempre necessitou, em toda a carreira, de carinho e atenção por parte de companheiros e treinadores para que rendesse, o que vem acontecendo em 2020.
Motivado com a boa fase e muito bem fisicamente, o meia tem resolvido os jogos para o Flu na temporada, e por isso, "virou o jogo": agora, é o titular, e seu amigo Ganso precisará de muito esforço para barrá-lo ou convencer Odair Hellmann de que os dois podem atuar lado a lado.
"O Ganso é um craque, um maestro. Vai nos ajudar muito. Está tendo uma preparação específica para não ter problemas como teve no ano passado. O que o Odair decidir, para nós, é indiferente. Estaremos tranquilos. O que for melhor para o Fluminense no momento certo vai ser. Se tiver de revezar, vamos revezar. Se for jogar juntos, vamos jogar. No ano passado jogamos juntos e ganhamos jogos. Quando começou a perder, aí questionaram. Se tiver de haver um revezamento, sem problema nenhum. O importante é estar aqui e ajudar o Fluminense a conquistar as vitórias", afirmou Nenê após o Fla-Flu da fase de grupos da Taça Guanabara, onde marcou golaço de calcanhar.
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