Ele ganhou Libertadores e Mundial. Agora tenta derrubar o Fla pelo Boavista
À beira do gramado, Paulo Bonamigo tenta conduzir o Boavista à inédita conquista da Taça Guanabara, primeiro turno do Campeonato Carioca, em final que acontece hoje (21), no Maracanã, contra o Flamengo. Mas, se o clube de Saquarema, na Região dos Lagos, não tem a sala de troféus mais ocupada do Rio, seu treinador apresenta currículo com importantes títulos, tanto como jogador quanto como treinador.
Bonamigo começou a carreira no futebol pelo Grêmio e fez parte de uma vitoriosa geração, presente no elenco que conquistou a Libertadores e o Mundial de Clubes em 1983, além do Campeonato Brasileiro de 1981 e cinco Campeonatos Gaúchos. Durante quase uma década em que esteve no Tricolor gaúcho, Bonamigo jogou ao lado de nomes como Renato Gaúcho, Ailton, Valdo e Cuca.
"Bonamigo, para mim, é um grande amigo. No futebol, a gente joga com muitas pessoas, mas, no final de todos os anos, são pouquíssimas de quem você se torna realmente amigo. Posso dizer que é um grande amigo mesmo. Era um cara que, quando jogava, se incomodava muito com a parte tática. A gente tinha um meio de campo... Ele ficava mais fixo e ficávamos eu e Cristovão ao lado dele, que tínhamos uma chegada maior ao ataque. Tinha o Valdo pelo lado direito, o Lima e o Jorge Veras. Tínhamos um time que era muito bom, jogava junto há três, quatro anos e conseguimos diversos títulos no Grêmio", lembra Cuca.
Ele também esteve ao lado de Cristovão Borges, hoje técnico do Atlético-GO. O comandante do Dragão lembrou os tempos de "Grêmio show", como ficou conhecido a equipe do Tricolor no fim da década de 80.
"Tive a felicidade de jogar junto com o Bonamigo em um dos momentos mais importantes da minha carreira, no Grêmio, e em um time que jogava um futebol, já naquela altura, de vanguarda, de toque de bola, jogo apoiado. E ele um meio de campo de alta técnica, muita qualidade. Vivemos grandes momentos no final dos anos 80. Jogava no meio de campo eu, ele e Cuca... "Grêmio show", foi um time de época marcante na história do clube. Um grande companheiro. Depois, tornou-se um treinador de grandes trabalhos. Muito estudioso, competente, por isso está tendo essa oportunidade de chegar a essa final", disse.
Depois de deixar o Olímpico, Bonamigo passou pelo rival Internacional, clube pelo qual também foi campeão do Gauchão, além de clubes como Coritiba, Botafogo, Bahia e Felgueiras, de Portugal. Após defender o Madureira, encerrou a carreira como jogador em 1996 e, ainda no Tricolor suburbano, começou na caminhada fora dos gramados. Depois, comandou o Joinville.
Cuca recordou ainda que, já nos tempos em que eram companheiros em campo, ele e Bonamigo imaginavam duelos como técnicos.
"Mais tarde, a gente veio a ser treinador e nos enfrentamos algumas vezes. Eu era treinador do Avaí e Bonamigo do Joinville e curtimos isso. Ficávamos juntos [nos tempos de jogador] nas concentrações e nos desafiando: "Quando eu for treinador, vou te pegar, jogar com três atacantes", esse tipo de coisa eu falava para ele. E ele: "Quero ver, então". E aconteceu de jogarmos [contra] e curtimos muito. Conversamos antes e depois do jogo. Ele seguiu a vida dele, foi treinar na Arábia, ficou um tempo fora, depois ficou um tempo parado e voltou em alto estilo, voltou muito bem. Torço muito por ele, para que ele consiga uma façanha, que é ser campeão. Não é nada fácil, mas é futebol e tudo pode acontecer".
Bonamigo foi técnico também do Palmeiras, Botafogo, Atlético Mineiro e Bahia, dentre outros, antes de fazer o nome nos Emirados Árabes Unidos. Por lá, esteve em Shabab Dubai, Al Jazira e Al Sharjah, três grandes clubes do país, e conquistou a Copa do Golfo e a Copa Etisalat Emirates, ambos em 2011, pelo Shabab.
Após anos longe do Brasil, voltou em 2017, ao acertar com o Fortaleza. Em novembro, porém, ele foi anunciado pelo Al-Qadisiyah, da Arábia Saudita, onde ficou até 2018. Depois de um período parado, Bonamigo abraçou o projeto do Boavista.
Hoje, o time de Saquarema encara o Flamengo, atual campeão do Brasileiro e da Libertadores. Apesar da força do adversário, o treinador garante que o elenco do Boavista está motivado na busca pela taça.
"Com toda certeza será uma grande final. Estou aqui torcendo muito. Que dê tudo certo e que o time dele faça uma grande apresentação e que consiga o título. Ninguém espera, é uma tarefa difícil, mas pela competência dele, há a possibilidade disso acontecer", afirma Cristovão.
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