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Mudança de esquema e derrota para Caxias criam incertezas no Grêmio

Jogadores do Caxias comemoram vitória sobre o Grêmio e título do primeiro turno do Campeonato Gaúcho 2020 - Pedro H. Tesch/AGIF
Jogadores do Caxias comemoram vitória sobre o Grêmio e título do primeiro turno do Campeonato Gaúcho 2020 Imagem: Pedro H. Tesch/AGIF

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

23/02/2020 04h00

Resumo da notícia

  • A mudança de movimentação do meio-campo do Grêmio cria incerteza sobre o estilo do time.
  • Depois de se consolidar com um time ofensivo, o Tricolor utiliza três volantes.
  • Derrotado na final do primeiro turno do Gauchão, restam dúvidas sobre a sequência da ideia.

O Grêmio acostumou sua torcida a um estilo de jogo. Há no mínimo três anos, sob comando de Renato Gaúcho, o time atua com posse de bola, sendo ofensivo, criando oportunidades. Nos dois últimos jogos, uma mudança na movimentação do meio foi feita e a derrota na final do primeiro turno do Gauchão contra o Caxias sublinhou as dúvidas geradas.

A mudança foi, em linhas gerais, a saída de um meia para entrada de um volante. Ao invés do 4-2-3-1, com um armador em meio aos jogadores de lado, Renato Gaúcho agora organiza a equipe no 4-1-4-1, com um volante centralizado e dois na linha da frente.

Desta forma, motivado pela ausência de Jean Pyerre e entrada gradual de Thiago Neves, o treinador entendeu que daria mais solidez ao time. Além disso, poderia liberar Everton e Alisson, além dos laterais Cortez e Victor Ferraz.

Porém, tanto em alguns momentos do jogo contra o Inter quanto diante do Caxias, o que se viu foi um Grêmio longe de seu estilo. A posse de bola seguiu presente, mas sem profundidade, sem a capacidade de criar oportunidades e ameaçar constantemente o gol rival.

A ausência de um centralizador desabasteceu o ataque e o time azul, branco e preto sofreu para bater o Colorado na semi —mesmo com um jogador a mais durante mais da metade do jogo— e acabou derrotado na final para o Caxias.

"Eu falei que tivemos bastante posse de bola. Mas só sou a favor disso quando se cria e se faz os gols. Mudamos a maneira de jogar, não agredimos o adversário. Tivemos a bola mas fomos muito pouco objetivos, criamos muito pouco contra um time que estava se defendendo", reclamou Portaluppi em entrevista coletiva.

Nos jogos em que começou com três marcadores, quando foi necessário, Renato não titubeou em mudar a formação. Abriu mão do sistema tanto no Gre-Nal quanto contra o Caxias.

"Nessas horas é fácil condenar. No Gre-Nal, mudamos e o time ganhou. Jogamos com três volantes e o Grêmio é um time grande, eu tentei atacar (quando colocou Luciano e Thiago Neves). O treinador não vai acertar todas, nem errar todas. Quando faço as substituições é pelo melhor do time. Procurei explicar, e faria tudo de novo. Quem entende, entende", repetiu o técnico.

A dúvida que resta é se o sistema será mantido. Thiago Neves já está totalmente integrado ao elenco, Jean Pyerre volta aos poucos de lesão.

Com dois dias de folga, já que não tem compromisso no meio de semana, o Tricolor se reapresenta apenas na terça-feira.

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