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Corinthians banca Tiago e vê "zica" em finalizações para explicar tropeços

Samir Carvalho

Do UOL, em São Paulo (SP)

27/02/2020 04h00

Apesar de empatar com o Santo André por 1 a 1, ontem (26), nos acréscimos do jogo, na Arena de Itaquera, pelo Campeonato Paulista, e encarar mais um tropeço na temporada, o Corinthians "bancou" a permanência do técnico Tiago Nunes no comando do time. Internamente, os dirigentes pedem paciência com o treinador que iniciou o trabalho em janeiro deste ano

O Corinthians, aliás, possui uma justificativa coletiva para explicar a fase ruim. Dirigentes, comissão técnica, incluindo Tiago Nunes, e jogadores, só encontram um culpado: uma espécie de "zica" em relação aos chutes a gol durante os jogos.

Vale ressaltar que, na visão dos corintianos, o problema não é a má pontaria e nem a dificuldade em criar jogadas e, sim, a "zica" mesmo na hora de finalizar.

"O time vem jogando bem, criando oportunidades, muito mais que os adversários, mas a bola não está entrando. E os adversários criam uma, duas, três chances e acabam fazendo gol. A gente tem de entender que é uma nova forma de jogar, jogadores chegando, o trabalho está sendo bem feito e a gente têm de ter paciência", afirmou o diretor de futebol, Duílio Monteiro Alves.

Segundo estatísticas do Footstats, o Corinthians finalizou 115 vezes no Campeonato Paulista, média de 14,4 por jogo. O aproveitamento não é ruim. Das 115, o time de Tiago Nunes acertou 48 em direção ao gol, média de 41, 7%. Ontem, contra o Santo André, o Alvinegro finalizou 20 vezes, sendo sete no gol.

"O time está criando muito, está jogando e a bola não está entrando. Hoje tivemos o problema da chuva. O time brigou até o final, lutou e é isso que a nossa torcida quer ver. O Tiago continua, infelizmente faltam alguns detalhes. São coisas do futebol, que muitas vezes são inexplicáveis, mas a bola vai voltar a entrar", disse o dirigente.

Tiago Nunes e atletas reforçam discurso

O técnico Tiago Nunes está convicto de que o Corinthians está no caminho certo e que a bola só precisa entrar para o seu trabalho engrenar. O treinador ressalta que o seu time dominou o adversário em todos os jogos, com exceção, do empate com o Mirassol. Mas, o problema é que o Alvinegro não "transformou" o domínio em gols e ainda vê os seus adversários ganhando o jogo por "uma bola".

"Mesmo com o campo molhado poderíamos ter vencido. As pessoas têm falado muito em finalizações e o Corinthians finaliza muito. Nosso time tem problema com o aproveitamento. Os adversários criam pouquíssimas chances e fazem o gol. Estamos tentando achar um padrão nos gols sofridos. Não tem. Estamos tentando remediar jogo a jogo. A gente produz para vencer, mas falta o detalhe do gol. Esse é o sentimento: poderíamos. Somente com persistência e repetição é que podemos sair dessa", disse Tiago.

O zagueiro Pedro Henrique, que estava na marcação de Ronaldo, autor do gol do Santo André ontem (26), na Arena, também lamentou o fato de a bola do Corinthians não entrar no gol do adversário.

"Poderíamos ter vencido, mas a bola não queria entrar. Nossa fase não é das melhores, mas a gente vem trabalhando para melhorar. Empatar em casa nunca é bom, mas pela situação do campo e do jogo o ponto foi importante", disse o defensor.

Com o empate, o Timão chega a nove pontos, é segundo no grupo D e pode sair da zona de classificação para o mata-mata — o Red Bull, que ainda joga na rodada, tem oito. O Santo André agora tem 19 pontos, liderando a chave B.

Depois de abrir a oitava rodada do Paulistão, o Alvinegro tem uma longa janela antes de enfrentar o Novorizontino no dia 7 de março (sábado), às 19h, em Novo Horizonte.