Leonardo muda cultura do dinheiro no PSG, e até Thiago Silva pode sair
Ao voltar ao Paris Saint-Germain e assumir o cargo de diretor esportivo, Leonardo impôs uma condição: ter carta branca para agir. Em oito meses de trabalho, o dirigente conduz sozinho a maioria das negociações com os jogadores e foi tocando no bolso que passou a colecionar desafetos no elenco. O novo alvo é o zagueiro Thiago Silva, que ainda não conseguiu a renovação contratual desejada.
Segundo apurou o UOL Esporte, Leonardo aceita prorrogar o vínculo, mas, para isso, tenta impor redução salarial. O zagueiro de 35 anos é o capitão do time e esperava por proposta de aumento e um mínimo de dois anos de vínculo. Nos bastidores do clube, o desentendimento é tratado como o fim do ciclo de Thiago Silva no PSG.
O entorno do Thiago Silva diz que as negociações seguem com o PSG, mas já comenta que o zagueiro tem boas oportunidades em outros clubes após o fim do contrato em julho. Na semana passada, a imprensa italiana noticiou o interesse do Milan no retorno do jogador.
"Thiago quer seguir em Paris, mas não descarta nenhuma possibilidade. Temos uma grande relação com o Milan. Se a renovação não acontecer, tudo é possível no mundo do futebol", destacou Paulo Tonieto, o empresário de Thiago Silva, em entrevista ao Calciomercato.
Leonardo já afetou Cavani, Di Maria e Daniel Alves
A postura de Leonardo com Thiago Silva deu sequência a uma onda de contratos não renovados por entendimento que os ordenados pagos pelo PSG estavam muito acima da média do mercado. O dirigente brasileiro acredita que o clube francês criou uma cultura do dinheiro inviável desde que foi adquirido por um fundo de investimentos do Qatar, em 2011.
O primeiro a se irritar com as decisões de Leonardo foi o brasileiro Daniel Alves. O ato inicial do dirigente foi o de não renovar o contrato do lateral de 36 anos por entendimento que o salário pago a ele era exagerado.
Assim como Daniel Alves, Cavani passou pela mesma situação recentemente ao esperar que o vínculo com o PSG, que termina em junho, fosse renovado. O desacordo com o ídolo da torcida parisiense surpreendeu dirigentes do clube e foi visto como uma prova do controle de Leonardo.
Com pouco interesse em renovação, outro que passa pelo mesmo cenário é o lateral direito Thomas Meunier. Sem contrato a partir de junho, nunca partiu do belga uma iniciativa de renovação. Já o mesmo não se pode dizer de Di Maria, com vínculo até o junho de 2021. O argentino de 32 anos quer seguir, mas sabe que vai passar pelo mesmo sofrimento de Cavani e Thiago Silva.
Na contramão dos jogadores que sofreram com a chegada de Leonardo está Marquinhos. O dirigente acredita que o zagueiro é o jogador-modelo para o futuro do clube por conta da idade, 25 anos, experiência, e identificação com a torcida do PSG. Ele ganhou aumento ao renovar o contrato no fim do ano passado --o vínculo atual é até junho de 2024.
Já a situação de Neymar ainda é tratada com cautela no clube. Leonardo ainda não conversou com representantes do jogador sobre a renovação, também porque o vínculo atual termina apenas em junho de 2022. A expectativa é que o próprio camisa 10 tenha interesse em permanecer caso o PSG tenha nesta temporada -- o objetivo principal é a conquista inédita da Liga dos Campeões.
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