Coronavírus na Itália "assusta, mas não desespera" os jogadores brasileiros
Resumo da notícia
- Novo coronavírus (covid-19) já infectou 888 pessoas na Itália
- Jogadores brasileiros contam as mudanças de rotina e como os clubes têm administrado a situação
- Já são três casos confirmados ligados ao futebol, todos eles de um time da terceira divisão
- A Juventus, por exemplo, mantém seu time sub-23 sob observação e longe do elenco principal
O surto do novo coronavírus (covid-19) na Itália impacta diretamente na vida dos jogadores brasileiros que vivem no país. O UOL Esporte conversou com alguns deles, que contaram como o aumento do número de infectados mudou suas rotinas, esvaziou as prateleiras dos mercados e motivou clubes como Milan e Atalanta a promover palestras informativas sobre a doença.
A Itália é de longe o país europeu com mais casos de covid-19. Segundo o relatório divulgado ontem (28) pelo Ministério da Saúde do país, são 888 infectados e 21 vítimas fatais. A região mais afetada do país é a Lombardia, onde ficam as cidades de Milão e Bergamo, em que estão as respectivas sedes de Milan e Atalanta.
De modo geral, a rotina dos atletas agora se resume ao centro de treinamento e à própria casa. Segundo relatam os brasileiros, os clubes têm feito palestras, distribuído informes e colocado à disposição itens que ajudam a prevenir a contaminação. Em meio ao surto, "tem sido muito difícil encontrar álcool gel nas farmácias, e algumas pessoas estão até fazendo estoque de comida", dizem os atletas.
"Nos disseram que não é nada desesperador, mas temos que ficar atentos a essas coisas", resume o zagueiro Léo Duarte, ex-Flamengo e que atualmente defende o Milan. "Os jogadores estão calmos, todos têm tido o máximo de cuidado possível. Eu, particularmente, evito sair de casa por causa do meu filho pequeno. Minha maior preocupação no momento é ele", diz o defensor.
No Milan, Léo Duarte tem a companhia de Lucas Paquetá. Junto ao elenco, a dupla brasileira teve uma palestra com funcionários do departamento médico do clube, que passaram as instruções básicas para diminuir a chance de contágio, como "evitar locais com muitas pessoas, procurar ficar mais em casa e lavar bem as mãos sempre que chegar em algum lugar".
O também zagueiro Rafael Tolói foi orientado no mesmo sentido pela Atalanta para "evitar lugares com muita gente e contato com pessoas desconhecidas". A filha do jogador teve as aulas suspensas, porque quase todas as escolas da cidade de Bergamo estão fechadas. Ele diz que "ainda tem bastante gente circulando nas ruas, e poucas com máscara".
Outro brasileiro, Caio de Cenco joga na terceira divisão italiana e conta que alguns companheiros estão vivendo provisoriamente nas dependências de seu clube, o Pontedera. "Alguns jogadores moram em áreas de maior risco, então nos dias de folga o time pede para eles não voltaram para casa, que fiquem por aqui", conta o atacante. Ele classifica a situação toda como "assustadora", mas não perde a tranquilidade. "É um assunto muito delicado, um problema que existe mesmo, mas temos que lidar naturalmente com isso", afirma.
Tanto Milão quanto Bergamo ficam próximas a Codogno, cidade de 16 mil habitantes que é considerada o epicentro do surto na Itália. Além disso, na mesma região de Lombardia estão dez dos 11 municípios forçados a tomar "medidas urgentes para conter e administrar o contágio", nas palavras do Ministério da Saúde italiano. Já Caio de Cenco mora em Pontedera, região onde foi confirmado o primeiro caso de jogador de futebol infectado pelo covid-19.
Desde que o nigeriano King Udoh testou positivo para o vírus, rodadas de divisões inferiores foram adiadas e alguns times optaram por cancelar treinamentos. Ontem (28) foram confirmados outros dois casos no time de Udoh, o Pianese, o que motivou a Juventus a manter seu time sub-23 em uma espécie de quarentena — afastados do elenco principal que tem Cristiano Ronaldo e cia. A atual campeã italiana inclusive disponibilizou médicos para monitorar possíveis infectados pelo coronavírus.
Segundo o relatório divulgado na quinta-feira (27) pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 82 mil pessoas já foram infectadas pelo covid-19 no mundo. A maior parte delas (78,6 mil) está na China, onde a doença apareceu pela primeira vez, mas o vírus já teve casos confirmados em todos os continentes. No Brasil, por enquanto, o único paciente a testar positivo é um homem de 61 anos que recentemente viajou à Itália.
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