Bate-volta, sem estreia e no intervalo: veja demissões bizarras de técnicos
Um acontecimento inusitado marcou o futebol paulista ontem (1): o Olímpia demitiu o técnico Alexandre Ferreira ainda no vestiário, durante o intervalo de uma partida da Série A3 do Estadual. O time do interior estava perdendo por 2 a 0 para o Primavera e comunicou a decisão antes da volta dos jogadores para o segundo tempo: de acordo com o clube, por causa de maus resultados; para o técnico, por ele não ter aceitado interferências da diretoria na escalação.
Curiosamente, o Olímpia empatou a partida na etapa complementar e manteve suas chances de classificação na Terceira Divisão de São Paulo...
Demissões fora do padrão - ou bizarras mesmo - como a de Alexandre Ferreira não são grandes novidades no futebol nacional. Já teve treinador que durou menos de 24 horas em clube, treinador que pediu demissão e voltou em duas semanas, treinador que foi contratado e demitido sem estrear e no Brasileirão do ano passado teve até quatro treinadores demitidos no período de menos de um dia... Relembre alguns casos:
Emerson Leão no Guarani
Em 1988, o ex-goleiro foi contratado pelo time de Campinas, mas acabou demitido em três dias. Antes de comandar o primeiro treinamento após a chegada, ele recebeu uma ordem do presidente do clube na época, Beto Zini, de que não poderia usar o campo principal do CT. Leão mandou que o funcionário voltasse à sala do dirigente com um recado: "Ele (Leão) mandou dizer que na diretoria manda o senhor, no campo manda ele." Zini enviou o funcionário de volta: "O presidente disse que manda na diretoria e no campo também e o senhor (Leão) está demitido." Simples assim.
Júnior no Corinthians
Em 2003, o Corinthians contratou Rivellino como diretor técnico, e o ídolo trouxe uma solução inusitada para dirigir o time, que estava em crise: o ex-jogador Júnior, que tinha trabalhado como treinador pela última vez seis anos antes, no Flamengo. A aventura durou dez dias: foram dois jogos (duas derrotas por 3 a 0 para São Caetano e São Paulo) até ele pedir demissão alegando "pequena margem de melhoria".
Mário Sérgio no Botafogo
Em 2007, a eliminação do Botafogo na Copa Sul-Americana para o River Plate com um gol marcado no último minuto fez o técnico Cuca pedir demissão do cargo ainda na Argentina. Dois dias depois, o clube anunciou Mário Sérgio como substituto, mas não deu certo. Foram três derrotas seguidas, com sete gols sofridos e só um marcado em oito dias. Duas semanas depois, o Botafogo foi lá e contratou Cuca outra vez.
Ciranda bizarra no Brasileiro
Nunca um dia no futebol brasileiro tinha sido tão maluco quanto 26 de setembro de 2019. Em 24 horas, a 21ª rodada do Campeonato Brasileiro causou as demissões de quatro treinadores diferentes: Cuca (São Paulo), Rogério Ceni (Cruzeiro), Zé Ricardo (Fortaleza) e Oswaldo de Oliveira (Fluminense). Para piorar o quadro bizarro deste campeonato, uma nova ciranda agitou o noticiário em novembro: a três rodadas do fim, o Ceará contratou Argel, que estava no CSA e tinha vencido o Cruzeiro no mesmo dia. Por causa da derrota, o Cruzeiro demitiu Abel Braga e anunciou Adílson Batista, que tinha sido desligado do Ceará para Argel chegar.
Murtosa no Palmeiras
Em 2002, a saída de Vanderlei Luxemburgo para o Cruzeiro fez o Palmeiras apostar em Flávio Teixeira, o Murtosa, auxiliar de Felipão na campanha do pentacampeonato mundial no Japão, como técnico da equipe no Brasileirão. Murtosa já havia desempenhado a função em 2000 e foi campeão da Copa dos Campeões, mas a segunda passagem não foi boa. Foram quatro jogos, uma vitória e três derrotas, em pouco mais de duas semanas até a saída pela porta dos fundos. Ele pediu demissão no vestiário do estádio Couto Pereira depois de tomar uma goleada por 5 a 1 para o Paraná, que era lanterna do campeonato. O Palmeiras foi rebaixado naquela temporada.
Jair Pereira na Inter de Limeira
Em 2000, o time do interior paulista disputava a Primeira Divisão do Estadual, mas não vinha bem quando contratou o técnico Jair Pereira, que já tinha passado por vários grandes brasileiros e até o Atlético de Madri. O comandante assinou contrato, mas logo depois desistiu do emprego. Na época, o diretor do clube, José Paschaol, disse que Jair Pereira "viu o elenco de jogadores, não gostou e foi embora". Foram apenas 20 horas como técnico da Inter de Limeira.
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