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Ronaldinho: Migração do Paraguai alega ter avisado ministro sobre documento

Ex-camisa 10 teve entrada liberada no Paraguai pela manhã e só foi detido por policiais horas mais tarde - Norberto Duarte/AFP
Ex-camisa 10 teve entrada liberada no Paraguai pela manhã e só foi detido por policiais horas mais tarde Imagem: Norberto Duarte/AFP

Do UOL, em São Paulo

05/03/2020 16h56

Ronaldinho Gaúcho e seu irmão, Assis, chegaram ontem pela manhã ao Paraguai e foram detidos à noite sob acusação de portarem passaportes falsos. No entanto, segundo o jornal paraguaio ABC, o caso já era sabido pelas autoridades locais desde que os dois desembarcaram no aeroporto Silvio Pettirossi, em Luque, região metropolitana de Assunção.

Conforme relatado pelo diário, os dois desembarcaram às 9h05 (horário de Brasília) e passaram pelo Departamento de Migrações. No local, apresentaram documentos falsos. A informação foi repassada a Alexis Penayo, diretor do departamento, que comunicou Euclides Acevedo, ministro do Interior.

À imprensa paraguaia, Penayo assegurou que comunicou Acevedo por WhatsApp. O ministro teria visualizado a mensagem, mas sem respondê-la.

"Tenho a prova de que alertei o ministro. Eu o informei, via WhatsApp, que os dados (dos documentos apresentados) não figuravam no sistema (...). Ele não respondeu", disse Penayo, segundo o ABC. "Tenho as provas de que alertei o Ministério do Interior e o diretor de identificações. Enviei as fotos dos passaporte e disse: não figuram no sistema", reforçou.

O ex-camisa 10 recebeu do empresário Wilmondes Sousa Lira, também detido hoje, os documentos após vistoria. Sem veto, Ronaldinho acabou liberado para entrar no Paraguai, passeando pela capital Assunção com escolta policial.

Ata Ronaldinho 1 - ABC/Reprodução - ABC/Reprodução
Ata lavrada em aeroporto registra que departamento de migrações comunicou ministério do Interior sobre documentos falsos de Ronaldinho e Assis, sem receber resposta a respeito
Imagem: ABC/Reprodução
"Eu informei sobre minhas ações. No entanto, a Polícia o escoltou desde que chegou até altas horas da noite. Escoltaram com base em quê? Por que, se tinham esses dados, não me denunciaram e detiveram Ronaldinho?", questionou Penayo.

Uma ata lavrada às 12h na delegacia de polícia presente no aeroporto e exibida pelo jornal ABC registra que os funcionários do Departamento de Migrações responsáveis pela entrada de Ronaldinho e Assis comunicaram a irregularidade a alguns agentes no local, responsáveis pela redação do texto.

Às 19h40, o diretor de migrações foi ao Ministério Público entregar documentos relacionados ao caso. No local, foi recebido pelo promotor Federico Delfino e pela agente fiscal Alicia Sapriza, que também registraram em texto o encontro. Só mais tarde, às 22h, Ronaldinho e Assis foram detidos no Iate & Golfe Clube de Assunção.

Ata Ronaldinho 2 - ABC/Reprodução - ABC/Reprodução
Encontro na noite de ontem entre representantes do departamento de migrações e do Ministério Público paraguaio também foi registrado em texto; mais tarde, Ronaldinho e Assis foram detidos
Imagem: ABC/Reprodução

Em entrevista coletiva realizada hoje, Alexis Penayo anunciou sua renúncia ao cargo de diretor geral de migrações. Penayo rebateu a tese de que a entrada de Ronaldinho e Assis no Paraguai seria responsabilidade exclusiva de seu departamento, e assegurou que o scanner dos passaportes não atestaram irregularidades no passaporte, apesar de dados conflitantes.

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