Caso Ronaldinho: Empresário acusa dona da Fundação Angelical por documentos
Resumo da notícia
- Empresário brasileiro que entregou documento a Ronaldinho prestou depoimento ao juiz
- Wilmondes Sousa Lira aponta a empresária Dalia Lopez, da Fundação Angelical, como responsável pelos passaportes
- A entidade foi a responsável pelo convite a Ronaldinho para ir ao Paraguai
- Advogado que representava a Fundação Angelical anunciou sua renúncia ao cargo
- Empresas ligadas a Dalia López são investigadas por evasão fiscal e lavagem de dinheiro
O depoimento do empresário brasileiro Wilmondes Sousa Lira pode causar uma reviravolta no caso que envolveu Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto Assis por entrarem no Paraguai com um passaporte paraguaio adulterado. A defesa do empresário apontou Daila López, empresária paraguaia responsável pela instituição que convidou Ronaldinho ao Paraguai, como a pessoa que pediu o encaminhamento dos documentos ao ex-jogador brasileiro.
Wilmondes prestou depoimento ao juiz do caso, Mirko Valinotti, durante a tarde de hoje, antes da chegada de Ronaldinho Gaúcho para depor. O empresário brasileiro havia sido citado pela promotoria na noite de ontem por produção de documentos falsos e associação criminosa.
O acusado declarou ao juiz que apenas entregou os documentos a Ronaldinho e seu irmão na sala VIP do aeroporto paraguaio, a pedido da empresária paraguaia Dalia López, que até então não havia sido citada neste caso.
"Ele em nenhum momento participou de algo ilícito, ele entregou os documentos a Ronaldinho a pedido da senhora Dalia", disse o advogado Enrique Kronawetter, responsável pela defesa de Sousa Lira, que reforçou dizendo que seu cliente apresentou imagens e mensagens da empresária.
Dalia López é a responsável pela Fundação Fraternidade Angelical e a responsável por articular a ida de Ronaldinho ao Paraguai para a participação de eventos beneficentes.
Advogado da Fundação Angelical renuncia ao cargo
Em entrevista à rádio paraguaia ABC Cardinal 730 AM, o então advogado da Fundação Fraternidade Angelical, Hugo Volpe, anunciou a sua renúncia ao cargo.
"Minha renúncia se deu hoje de manhã porque não nos informaram tudo a respeito, por uma questão ética. Eu me afasto e fizeram o mesmo meus colegas", declarou o advogado.
Empresária é investigada por evasão fiscal e lavagem de dinheiro
Segundo a imprensa paraguaia, empresas ligadas a ela estão sendo investigadas pela Subsecretaria de Estado de Tributação (SET) por evasão fiscal e lavagem de dinheiro.
Vice-ministro de Tributação, Óscar Orué declarou que investigações às empresas começaram em setembro do ano passado, com movimentações financeiras sendo reportadas à Secretaria de Prevenção à Lavagem de Dinheiro ou Bens (Seprelad).
"Nós encontramos inconsistências em transferências de dinheiro e nos preços de produtos que importavam a muito baixo custo em relação ao preço em que se comercializava. Há muito fluxo de dinheiro, mas se pagou muito abaixo do valor", explicou Orué em entrevista à rádio Monumental 1080 AM.
O escândalo que envolveu Ronaldinho acabou por jogar luz no caso da empresária, que segundo o diretor de Grandes Contribuintes da SET, Juan Olmedo, existem indícios de sonegação em torno de US$ 10 milhões ao Fisco paraguaio. Segundo ele, são analisadas as contas desde 2014 e chama a atenção a alta quantia de dinheiro que movimentam estas empresas, embora a infraestrutura e a capacidade de operação declarada não condizem com os movimentos.
Apesar de o caso de Ronaldinho ter trazido à tona a investigação de empresas ligadas a Daila López, ela não havia sido citada no caso e nem convocada para depor pelos promotores encarregados do caso, Federico Delfino, Alicia Sapriza e Manuel Doldán.
Entre as atividades de Ronaldinho no Paraguai estava previsto o lançamento do empreendimento social "Saúde móvel de meninas e meninos", pela Fundação Angelical, de propriedade de Daila López, e o lançamento de sua biografia.
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