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Órgão do governo é suspeito de falsificar documentos de Ronaldinho e Assis

Do UOL, em São Paulo (SP)

06/03/2020 17h32Atualizada em 06/03/2020 22h29

A investigação do caso Ronaldinho e Assis avançou um passo importante hoje (06), data na qual a ex-estrela do Barcelona e o irmão passam por julgamento no Paraguai. A Polícia suspeita que a falsificação das cédulas de identidade partiu de um órgão governamental chamado Identificaciones, responsável por emitir os documentos oficiais no país sul-americano.

Mesmo diante da suspeita sobre braço do governo, Ronaldinho e Assis acabaram detidos na noite desta sexta (06) após ordem judicial. A decisão tem como objetivo manter os dois ex-atletas no Paraguai durante as investigações do caso.

A principal suspeita sobre como ocorreu a falsificação recai sobre a Identificaciones. As investigações apontam que espaços em brancos foram deixados propositalmente nos documentos para, posteriormente, serem preenchidos por outros números.

Estes novos números geraram os documentos dos dois irmãos e de Wilmondes Sousa Lira, brasileiro também detido pela polícia.

"Estivemos trabalhando com as pessoas do Centro de Cómputo. A informação que temos é que deixaram uma parte dos números em branco para se fazer uma transação de um sistema de identificação para outro", reforçou o assessor jurídico do Departamento de Identificação da Polícia Nacional, Julián Gimenez Moreira, ao ABC Cardinal.

Ronaldinho e Assis - Divulgação/Ministério Público do Paraguai - Divulgação/Ministério Público do Paraguai
Espaço em branco foi preenchido com números para se criar as identidades de Ronaldinho e Assis
Imagem: Divulgação/Ministério Público do Paraguai

Segundo as investigações, alguém no departamento de identificações deixou um espaço aberto no Registro Civil paraguaio para ser preenchido com um número a mais nas cédulas de Ronaldinho, Assim e Wilmondes. Tanto que os documentos são verdadeiros, apenas com os números usados sem se encaixar em qualquer identificação no sistema de cidadãos paraguaios.

Ronaldinho e Assis não atendem aos requisitos para se tornarem cidadãos paraguaios, afirmou Federico Delfino, fiscal responsável pelas investigações, em conversa com a reportagem do UOL Esporte.

Ronaldinho e Assis estavam em processo de naturalização

O mesmo Federico Delfino declarou que Ronaldinho e Assis possuíam o pedido de naturalização aberto. A defesa dos ex-jogadores, contudo, afirma desconhecer qualquer pedido neste sentido.

Como avanço desta sexta-feira (06), uma ordem de prisão acabou solicitada contra o funcionário responsável por pedir as naturalizações, antes mesmo da decisão para segurar Ronaldinho e Assis em Assunção.

Todo o processo foi dado com documentos e certidões correspondentes a Ronaldinho e Assis. Este é um novo ponto da investigação, direcionado para o próprio órgão governamental paraguaio.