Revolta com Tuchel deixou Icardi encostado e deu sobrevida a Cavani no PSG
Mauro Icardi chegou com tudo ao Paris Saint-Germain, arrebentando em campo, a ponto de carregar o status de intocável no vestiário e pelas arquibancadas. Sua rápida ascensão fez Edinson Cavani sofrer, perdendo espaço. No entanto, problemas comportamentais do argentino —que tiveram como estopim uma briga com o treinador Thomas Tuchel— mudaram o rumo da posição de centroavante do time. Agora, é o argentino que amarga poucos minutos em campo, com dificuldade de reconquistar espaço.
Na Liga dos Campeões, Icardi foi o titular de todos os seis jogos realizados pelo PSG pela primeira fase. Terminou a etapa como artilheiro, mas não suportou ver Tuchel argumentar razões táticas para colocá-lo banco no primeiro jogo das oitavas de final, a derrota por 2 a 1 para o Borussia Dortmund. Reagiu de modo intempestivo, antes do apito inicial. A discussão no vestiário com o treinador gerou um castigo. Ele sequer teve a chance de ir a campo.
Ao colocar Icardi na "geladeira" por indisciplina, Tuchel colheu diversas críticas da imprensa francesa, especialmente por se tratar, até então, do jogo mais importante da temporada. O técnico alemão não se importou e voltou a promover Cavani ao time titular.
Foram mais três jogos realizados pelo PSG após a derrota para o Borussia Dortmund. No primeiro deles, vitória por 4 a 3 contra o Bordeaux, Cavani fez um gol e só foi substituído por Icardi aos 36 minutos do segundo tempo. A partida seguinte, vitória por 4 a 0 diante do Dijon, teve sabor de ressurreição para Icardi, visto que o argentino anotou um gol ao substituir Cavani em jornada ruim do uruguaio. No entanto, na goleada por 5 a 1 contra o Lyon, na quarta-feira, Icardi voltou a atuar por somente 15 minutos na vaga de Cavani.
"Icardi treina como um bom profissional todos os dias. Temos que ser pacientes com ele. Tenho a impressão de que nos últimos jogos ele encontrou um pouco de forma e qualidade. Ele quer jogar e isso é muito positivo", disse Tuchel ao fim do jogo contra o Lyon.
Esposa irritou PSG nos bastidores
Mauro Icardi tem a esposa Wanda Nara como representante. A quantidade de entrevistas concedidas por ela tem irritado o diretor esportivo do clube, Leonardo. De grande fama na Itália, quando foi apresentadora de programa de televisão e acompanhou Icardi nas passagens por Sampdoria e Inter de Milão entre 2012 e 2019, Wanda é presença constante no jornalismo esportivo italiano e sempre aborda o momento de Icardi com tom de descontentamento em Paris.
"Todos sabem que eu não queria ir a Paris, mas é o Mauro (icardi) que decide o rumo dele. Para a família seria melhor que ele aceitasse as ofertas dos clubes italianos", reclamou Wanda em uma entrevista concedida à imprensa italiana.
Em janeiro, foi o pai de Cavani que irritou dirigentes ao atacar o PSG. Após o episódio, chegou uma ordem de Leonardo ao vestiário exigindo silêncio por parte de familiares, assessores, o entorno. No entanto, a recomendação jamais foi respeitada por Wanda Nara.
"Eu sei como é a cabeça do Mauro (Icardi), sei como ele escolhe as coisas. Hoje não sei dizer se voltaremos no próximo ano para Milão ou ficaremos em Paris. No futebol, você nunca sabe", disse novamente na imprensa italiana.
Futuro incerto no PSG
Cavani e Icardi passam pelo mesmo momento de incerteza profissional. O contrato de ambos com o PSG termina ao final da temporada, e não há negociações em curso com a diretoria francesa. A tendência atual é de que nenhum deles permaneça no clube.
Cavani chegou a garantir vínculo com o Altético de Madri no começo do ano, mas não teve o pedido de liberação aceito por parte da diretoria do PSG. O centroavante entrou em conflito com Leonardo, em caso idêntico vivido com o de Neymar na janela de transferências anterior. Agora, a expectativa é de que Atlético o espere em julho para concluir uma transação sem custos entre clubes.
Já o cenário de Icardi tornou-se incerto justamente após atritos com Tuchel e dirigentes do PSG. No contrato de empréstimo da Inter de Milão há a cláusula para compra em definitivo por parte do PSG no valor de 75 milhões de euros. No clube francês, a quantia chegou a ser encarada como baixa após o sucesso inicial do argentino.
Na temporada atual, Icardi segue com bons números. Das 28 partidas realizadas, 22 foram como titular. O centroavante tem 20 gols marcados, sendo o segundo goleador do time —Mbappé é o primeiro, com 27 gols, e Neymar é o terceiro, com 16 gols.
Já Cavani, o maior goleador da história do PSG, tem como grande feito na temporada ter alcançado a marca de 200 gols pelo clube. No entanto, o rendimento atual é ruim, e está comprometido com 17 jogos disputados no total, sendo apenas 8 como titular. Assim, ele tem apenas 5 gols marcados.
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