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Ferreira fica 'sem clima' no Grêmio após ir à Justiça e futuro é incerto

Ferreira, 22 anos, foi artilheiro do Brasileirão de Aspirantes de 2019 e acabou promovido ao elenco principal - Lucas Uebel/Grêmio FBPA
Ferreira, 22 anos, foi artilheiro do Brasileirão de Aspirantes de 2019 e acabou promovido ao elenco principal Imagem: Lucas Uebel/Grêmio FBPA

Jeremias Wernek

Do UOL, em Porto Alegre

07/03/2020 04h00

Resumo da notícia

  • Ferreira entrou na Justiça alegando ter sido coagido pelo Grêmio a aceitar novo contrato
  • Ação do jogador pede rescisão imediata do contrato, válido até metade do ano que vem
  • Justiça do Trabalho de Porto Alegre não aceitou rescisão unilateral e intimou Grêmio a se manifestar
  • Clube e estafe do jogador estão em meio a impasse sobre novo contrato desde janeiro

A ação de Ferreira na Justiça, pedindo rescisão de contrato, deixou o jogador 'sem clima' no Grêmio. Segundo apurou o UOL Esporte, a decisão do meia-atacante acirrou mais os ânimos nos bastidores e torna acordo para renovação, e consequente volta ao elenco principal, bem mais distante. Afastado do elenco principal há dez dias, o jovem passa a ter futuro incerto.

Aos 22 anos, Ferreira tem contrato com o Grêmio até metade de 2021. A multa rescisória do atual vínculo é de R$ 221 milhões.

No Grêmio, o tema é tratado publicamente apenas pelo presidente Romildo Bolzan Jr. Procurado, o dirigente não retornou até o fechamento deste texto.

Nos bastidores, o entendimento gremista é de não abrir mão do vínculo atual. Ao mesmo tempo, a ideia é ter resguardo quanto ao uso de Ferreira e possível exposição no mercado — com risco de assinatura de pré-contrato para deixar a Arena sem render valores ao Grêmio.

A diretoria garante não ter recebido ofertas, mas nos bastidores passa a analisar a situação e cogita escutar propostas para fechar negócio nas próximas semanas. O entendimento é que a ação na Justiça mudou o panorama. O clima ficou mais pesado.

Pablo Bueno, empresário de Ferreira, garante ter recebido consultas de um clube da Itália e outro da Ucrânia, além de sondagens do futebol brasileiro.

A ação de Ferreira tem conversas de WhatsApp entre Bueno e Klauss Câmara, executivo de futebol do Grêmio, anexadas e uma delas é citada como forma de coação. O diálogo foi em 26 de fevereiro, às vésperas do envio da lista de inscritos na Copa Libertadores.

"Assim que possível me ligue, a lista da Libertadores é para ser enviada hoje e como não temos acordo para a sua renovação, ele está fora da lista", digitou o diretor do Grêmio.

O clube gaúcho chegou a divulgar lista com o nome do meia-atacante por equívoco e depois corrigiu. A decisão de não inscrever Ferreira foi chancelada por Renato Gaúcho, horas antes de a relação ser entregue à imprensa.

O último contato entre Grêmio e o estafe de Ferreira foi na noite de 29 de fevereiro, quando os dois lados reiteraram posições em relação ao novo contrato.

"Tu é do game, então vamos fazer um contrato justo dentro da realidade do futebol", escreveu o empresário de Ferreira.

Cinco dias depois, sem novidades, a ação pedindo rescisão de contrato foi entregue à Justiça, em Porto Alegre.

Na Justiça, a primeira decisão foi de não deferir pedido de rescisão sem ouvir o Grêmio. O juiz da 23ª Vara do Trabalho de Porto Alegre deu prazo de cinco dias para o clube se manifestar.