Juíza decreta prisão preventiva de Ronaldinho e Assis e nega domiciliar
A juíza Clara Ruíz Díaz manteve a prisão preventiva de Ronaldinho Gaúcho e de seu irmão, Assis, na tarde deste sábado (7), e, ainda, negou o pedido de prisão domiciliar feito pela defesa do ex-jogador.
A decisão, emitida após audiência de custódia que acabou no começo desta tarde, vai de encontro ao que pedia o Ministério Público, representado pelo promotor Osmar Legal. Segundo o promotor Federico Delfino, que esteve à frente do caso no começo das investigações, a pena mínima de acordo com o Código Penal é de seis meses de prisão. A preocupação da promotoria seria uma possível fuga dos dois para o Brasil.
"Por reunir todos os requisitos, foi considerado que estamos diante de um crime grave porque atentou contra interesse da república. Há perigo de fuga, perigo contra a instituição, pois entraram de forma ilegal no país. Pediram prisão domiciliar, mas não apresentaram nenhum documento que pudesse considerar evitar o perigo de fuga", afirma a juíza.
Segundo o Ministério Público do Paraguai, Legal emitiu um mandado de prisão, também, para a empresária paraguaia responsável pela instituição que convidou Ronaldinho ao Paraguai, Dalia López.
De acordo com o advogado de Wilmondes Sousa Lira, empresário que está preso no Paraguai sob acusação de ter entregado os passaportes falsos a Ronaldinho Gaúcho e a Assis, é Dália a responsável por adulterar os documentos. "Dalia López é quem tomou conta de tudo desde o princípio até o final, isso declarou meu cliente", disse Enrique Kronawetter, representante de Lira.
Na manhã deste sábado, durante a audiência de custódia, a equipe de advogados que representa Ronaldinho Gaúcho e seu irmão entrou com um recurso contra a decisão do juiz Mirko Valinotti de negar o "critério de oportunidade", que livraria ambos de qualquer processo em troca de colaboração com a Justiça paraguaia no caso dos passaportes com conteúdo falsificado.
Por último, a defesa colocou à disposição o endereço de um domicílio em Assunção, capital do Paraguai, para que Ronaldinho e Assis possam cumprir prisão domiciliar enquanto não há uma decisão definitiva sobre o assunto.
Os irmãos passaram a noite na cela depois que foi decretada a prisão preventiva, na sexta-feira (6), para evitar que deixassem o Paraguai durante as investigações.
Entenda o caso
Detido no hotel com Assis
Ronaldinho e Assis acabaram detidos pela Polícia paraguaia na noite de quarta-feira (04) na suíte de um hotel. A convite para dois eventos no país vizinho, o ex-jogador do Barcelona e o irmão receberam passaportes e registros civis (equivalente ao RG brasileiro) paraguaios. Nos documentos, o ex-camisa 10 da seleção era identificado como paraguaio naturalizado.
Por que não abordaram Ronaldinho no aeroporto?
O reconhecimento dos documentos falsos de Ronaldinho e Assis ocorreu ainda no aeroporto paraguaio. Porém, diante de todo o cenário de presença de público para a chegada do ex-jogador, as autoridades decidiram postergar a abordagem para o período da noite, já no hotel e minimizando as chances uma confusão com fãs do antigo astro do Barcelona.
Quem foi preso?
Antes de Ronaldinho, Assis e Dália, Wilmondes Sousa Lira, brasileiro de 45 anos, foi preso pela polícia ainda no início das investigações sob a acusação de fornecer os passaportes. Outra mulher com suposta relação com o caso também foi detida pelas autoridades.
Depoimento longo
Ronaldinho e Assis permaneceram boa parte da última quinta-feira (05) no Ministério Público para prestar esclarecimentos. Os dois chegaram pela manhã e só saíram no fim da tarde, sem responder a totalidade de perguntas sobre o caso.
Caso rende renúncia
O caso Ronaldinho provocou a renúncia de Alexis Penayo, diretor do Departamento de Migrações do Paraguai. Penayo alegou falta de apoio. Em nome do ministro Euclides Acevedo, o Ministério do Interior paraguaio criticou publicamente o departamento pela falta de posição assim que Ronaldinho desembarcou no país.
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