Torcida do Vasco compra briga de jogadores em protesto contra diretoria
Os jogadores do Vasco estão revoltados com os frequentes salários atrasados e se posicionaram na última semana. Decidiram não conceder mais entrevistas até que os vencimentos sejam colocados em dia. O que poderia ser visto como falta de comprometimento com o clube serviu para unir elenco e torcida.
Mesmo insatisfeitos com os péssimos resultados, os torcedores do Vasco compraram a briga dos jogadores e cobraram salário em dia antes mesmo do fim do jogo contra o Volta Redonda, no Raulino de Oliveira. Gritos de "paguem os salários" foram entoados das arquibancadas.
Em seguida, o técnico Abel Braga acabou virando alvo pela falta de padrão no time do Vasco. Mas o principal alvo foi o presidente Alexandre Campello. O dirigente foi quem mais sofreu na mão dos torcedores. "Campello, vai se f..., o nosso Vasco não precisa de você" e "ei, Campello, vai tomar no c..." foram os protestos.
O Vasco deve aos jogadores dezembro, janeiro, 13º (segunda parcela), férias e direitos de imagem. E aos funcionários dezembro (quem recebe acima de R$ 1,8 mil), janeiro, 13º e férias. Não há previsão de pagamento por parte da diretoria.
A torcida entendeu o momento e não vaiou ou xingou nenhum dos jogadores. A medida foge ao que ocorre tradicionalmente no futebol brasileiro. Dificilmente isso vai virar regra, mas poupar os atletas que suaram a camisa mesmo com salários atrasados mostrou um pouco de compaixão com um profissional.
O Vasco volta a campo na quinta-feira, quando iniciará o duelo com o Goiás pela terceira fase da Copa do Brasil. A primeira partida será disputada em São Januário. Pela Taça Rio, o próximo duelo será no sábado, contra o Fluminense, no Maracanã.
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