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Dois meses de Odair: Flu tem 'defesa G6' e melhor ataque da Série A em 2020

Odair Hellmann vem fazendo bom trabalho no Fluminense - Lucas Merçon/Fluminense FC
Odair Hellmann vem fazendo bom trabalho no Fluminense Imagem: Lucas Merçon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

10/03/2020 04h00

Entre o bom início, uma eliminação traumática e goleadas sobre os pequenos, Odair Hellmann completou dois meses à frente do Fluminense no último domingo (8). Os 13 jogos no comando do Tricolor apresentaram algumas coisas prometidas pelo técnico, como o "equilíbrio" na equipe. Em que pese o nível de disputa mais baixo no primeiro semestre, o Flu tem, em média, o melhor ataque e a sexta melhor defesa dentre os times de Série A em 2020.

"Acredito que, para dois meses de trabalho, estamos apresentando uma boa performance. Foram 13 jogos, um a cada quatro dias e meio. Fizemos uma semana de pré-temporada. Estamos conseguindo os resultados, apesar de alguns terem escapado. Há situações por evoluir, mas como reforço sempre estamos no caminho certo. A equipe está respondendo bem ofensivamente, criando oportunidades, marcando gols.
As vitórias geram confiança, e precisamos manter isso. Buscamos evoluir e seguir nossa caminhada, fortalecidos dentro da nossa ideia de jogo", analisou Odair Hellmann, em contato exclusivo com o UOL Esporte.

O aproveitamento de 74,3% é também o segundo melhor dentre os times que disputarão o Brasileirão em 2020, atrás apenas do rival Flamengo. Em 13 partidas, foram nove vitórias, dois empates e duas derrotas, marcando 30 gols (2,3 de média, a mais alta da Série A) e sofrendo apenas nove (0,69 de média, atrás apenas de Atlético-GO, Palmeiras, Inter, Vasco e Bahia).

Nos últimos quatro jogos, o Tricolor conquistou quatro vitórias e marcou 15 gols, metade do que fez na temporada. Versátil, Marcos Paulo marcou cinco vezes e deu duas assistências, seja atuando na ponta, como camisa 10 ou em sua posição de origem, como centroavante. Móvel e criativo, o jogador tem desequilibrado atuando por dentro, dando nova alternativa a Odair.

Recuperação após trauma

A inesperada e vexatória eliminação na Copa Sul-Americana trouxe muitas críticas ao treinador, já que a competição era o principal objetivo do Fluminense na temporada e grande desejo da torcida. De lá para cá, entretanto, Hellmann fez mudanças significativas na equipe, que, com mais tempo para treinamento, mostrou evolução.

A transição lenta, que parecia problema crônico, foi corrigida com mudanças de peças e posicionamentos. Por outro lado, o Tricolor tomou repetidos gols no início das partidas, com falhas do sistema defensivo e do goleiro Muriel.

Ao ser indagado por modificações na equipe, Odair se disse "um cara aberto". Na defesa, os torcedores costumam pedir pela entrada de Matheus Ferraz no time titular. O experiente zagueiro colocou uma pulga atrás da orelha do treinador ao substituir muito bem Digão na goleada de 4 a 0 sobre o Resende. Apesar do fraco adversário, o Flu tomou menos sustos com o camisa 3 que com seu capitão.

Achou o time?

Odair Hellmann parece ter encontrado a melhor formação de meio campo, com Hudson e Yago de volantes, o que ainda não havia testado quando o Flu acabou eliminado na Sul-Americana para o Unión La Calera (CHI).

O restante do time ainda tem dúvidas nas peças, mas uma estrutura montada desde a defesa, com avanços dos laterais e coberturas dos dois volantes, agora mais velozes. A posse de bola também é um ponto alto da equipe: em todas as 13 partidas o Fluminense teve mais o controle que seu adversário, com 59% de média.

No ataque, Marcos Paulo, que chegou a ser barrado, parece ter conquistado lugar cativo, e Wellington Silva tem sido o jogador mais utilizado pelo técnico. O centroavante Evanílson e o ponta Fernando Pacheco brigam pela outra vaga. Com o melhor início de ano da sua carreira, com 9 gols em 11 jogos, Nenê é o meia preferido de Odair, e Ganso segue na reserva.

Decisões pela frente

O Fluminense ainda enfrentará mais algumas decisões nos próximos dias. Na Copa do Brasil, o Tricolor enfrenta o Figueirense na quarta (11), no Orlando Scarpelli, e recebe o time catarinense na outra semana, na quinta-feira (19), no Maracanã. O duelo dá uma vaga na quarta fase da competição, a última antes da entrada dos times que se classificaram à Libertadores, junto com os campeões da Série B, Copa do Nordeste e Copa Verde.

No Campeonato Carioca, o Flu tem dupla chance de chegar à final da competição. Além de estar na disputa pela Taça Rio, onde é líder do Grupo B, o Tricolor também é líder da classificação geral, e por enquanto, faria a decisão com o Flamengo ainda que o rival vença a Taça Rio =- o Rubro-Negro já foi campeão da Taça Guanabara =-, já que o regulamento prevê confronto entre o campeão das taças e o melhor na tabela de pontos corridos.

As falhas na Sul-Americana colocam certa pressão pelo treinador para as duas competições, além, claro da disputa do Campeonato Brasileiro, onde o Fluminense não fica na parte de cima da tabela desde 2014. Desde então, o clube tem como melhor resultado a 12ª colocação em 2018, bem aquém da história do clube, tetracampeão da competição.

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