Tudo ou nada? Decisão contra Dortmund influencia rumo de Neymar no PSG
Quando trocou o Barcelona pelo Paris Saint-Germain em 2017, Neymar confiou em sua capacidade técnica para dar ao clube francês a inédita conquista de Liga dos Campeões. Hoje (10), quase três anos depois, o camisa 10 se encontra diante de um cenário de provação, para mostrar que seu talento pode, sim, fazer a diferença ao clube francês na tentativa de dar o troco em cima do Borussia Dortmund, pelas oitavas de final da Liga dos Campeões, no Parque dos Príncipes, em Paris. Na ida, o time alemão venceu por 2 a 1.
O curioso é que será a primeira vez que o brasileiro estará em campo para realmente decidir pelo PSG em um jogo de mata-mata do torneio. Lesionado, ele não participou dos jogos de eliminação do PSG pelas oitavas de 2018, contra o Real Madrid, e 2019, contra o Manchester United. O fato de estar impossibilitado de ir a campo não protegeu o craque da imagem de um fracasso esportivo. Entrando sempre nessa conta os 222 milhões de euros investidos por sua contratação e a queda bem mais cedo pela Champions do que a cúpula do clube parisiense esperava.
Por isso, se é vital para Neymar reaparecer entre os candidatos ao topo do futebol nesta temporada, ele terá de liderar o PSG contra um jovem —mas impetuoso— adversário alemão. Sua ida para Paris foi, em muito, inspirada por essa ambição de ser o melhor do mundo. A expectativa criada por ele mesmo era de, longe de Messi, conquistar a Bola de Ouro. No fim, acabou andando para trás. Nas duas temporadas pelo PSG, ele foi o 12º colocado na votação de 2018, enquanto em 2019 sequer figurou na lista dos 30 indicados.
Barcelona no horizonte?
No entorno de Neymar a consciência é de que uma eventual queda para o Borussia Dortmund fará toda a novela envolvendo o desejo de retorno ao Barcelona ressurgir. Já o PSG trata o sucesso do time na Liga dos Campeões como fundamental para discutir até uma renovação de contrato —o vínculo atual termina em 2022.
De momento, Neymar não conversa com o PSG sobre o futuro. Mas a obsessão de volta ao Barcelona foi deixada de lado para focar no sucesso em campo pelo time francês. O brasileiro está consciente de que vencer o Campeonato Francês, Copa da França e Copa da Liga da França não são suficientes para virar unanimidade entre os torcedores do clube, muito menos lhe colocar na briga pela Bola de Ouro. Tampouco influenciaria em uma eventual negociação com a diretoria do PSG. Somente a Liga dos Campeões é capaz de mudar esse panorama.
Após um início turbulento de temporada, sendo perseguido pela torcida organizada do PSG pelo desejo expresso de voltar ao Barcelona, Neymar reconquistou aos poucos o apoio popular —e político— com ótimo rendimento em campo. Nos 11 jogos antes de encarar o Borussia Dortmund, ele fez 11 gols, com o time tendo retrospecto de dez vitórias e um empate. O problema, no entanto, foi que uma lesão na costela fez o PSG, traumatizado pelas ausências no mata mata de 2018 e 2019 na Liga dos Campeões, vetar o camisa 10 de quatro jogos em sequência. O brasileiro não gostou.
"Isso (o veto) foi coisa decidida pelo clube e médicos e tive que acatar. Tive várias discussões, e não curti o que propuseram, mas respeitei. Isso acaba sendo ruim para mim e companheiros. Entendo o medo que o clube sofre, mas não pode ser assim. Só acaba sofrendo o jogador" esbravejou Neymar em entrevista ao Esporte Interativo após o confronto na Alemanha.
Ao externar publicamente o descontentamento, Neymar irritou a diretoria do PSG já incomodada desde a realização de sua festa de aniversário em uma balada em Paris. O cenário do camisa 10 no clube passou de pacífico para conturbado em quetão de dias, mas o bom relacionamento de vestiário com a proteção de líderes como Keylor Navas e Cavani o fez criar um lema de "jogar pelo grupo".
Entre o duelo de ida e de volta contra o Borussia Dortmund, Neymar fez apenas dois jogos pelo PSG. No primeiro, a vitória por 4 a 3 contra Bordeaux, no Parque dos Príncipes, pelo Campeonato Francês, foi expulso e deixou a sensação de ainda estar irritado com os problemas recentes vividos com o clube. No entanto, no último confronto, a goleada por 5 a 1, diante do Lyon, fora de casa, pela semifinal da Copa da França, empolgou os fãs com boa exibição e voltou a criar em dirigentes, torcedores e jogadores a mesma expectativa de quando foi contratado em 2017: a de ser capaz de conduzir o time a ganhar duelos decisivos na Liga dos Campeões.
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