Ruas desertas e exame no estádio: Repórter narra situação na Itália

Há três anos como correspondente do Esporte Interativo na Itália, Clara Albuquerque jamais viveu uma situação parecida a de hoje. A repórter convive diariamente com as consequências da pandemia causada pelo Coronavírus e relatou ao UOL Esporte o retrato de Turim que, às vezes, lembra uma cidade fantasma.

"É um clima estranho em que a rotina de quase todo mundo precisou mudar. A recomendação é sair de casa apenas para o necessário, então nesses dias, tenho saído de casa basicamente para ir ao mercado e, no fim de semana, fui ao último jogo da Juventus aqui em Turim antes da suspensão do campeonato", contou Clara.

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A repórter do Esporte Interativo vive em Turim, no norte da Itália, local que ainda não foi afetado fortemente pelo Coronavírus. Apesar disso, as precauções tomadas são as mesmas das quais em cidades em situações graves de epidemia. Além das ruas vazias, o que mais impactou Clara foi acompanhar um jogo de futebol sem torcida e ter sua temperatura medida antes de entrar no estádio.

"A minha rua, que tem bastante vida noturna, está muito mais silenciosa à noite, mas, como jornalista esportiva, o que mais me impactou foi fazer a cobertura de Juve x Inter sem torcida. Não havia nenhum clima de jogo fora do estádio e ter sua temperatura medida antes de entrar no estádio, definitivamente, não é algo normal", relatou a jornalista.

Clara ainda destacou que o trabalho como repórter também é bastante afetado. Desde que a situações se tornou mais complicada, ela não teve mais acesso à zona mista e os times decidiram cortar as coletivas de imprensa e entrevistas pós-jogo. Além disso, matérias em contato com a população são inviáveis.

"Em Turim, seria muito difícil fazer entrevistas com as pessoas pela rua porque os pontos legais para fazer 'fala povo' sobre futebol estão fechados. A megastore da Juventus, o Museu e o Tour no estádio também estão fechados, então, não tem caos, mas também não tem gente", declarou.