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Brasileiro da Sampdoria revela "um pouco de pânico" e comida estocada

Kaique Rocha, de 19 anos, foi contratado pelo clube italiano em 2019 e convive com Gabbiadini - Divulgação/Sampdoria
Kaique Rocha, de 19 anos, foi contratado pelo clube italiano em 2019 e convive com Gabbiadini Imagem: Divulgação/Sampdoria

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

13/03/2020 04h00

O diagnóstico positivo para coronavírus do atacante italiano Manolo Gabbiadini, da Sampdoria, alterou ainda mais a rotina do futebol italiano — o país é o mais afetado pelo Covid-19 na Europa, com mais de 12 mil casos registrados até ontem (12), e o Campeonato Italiano está suspenso por tempo indeterminado. Único brasileiro do elenco profissional da equipe, o zagueiro Kaique Rocha revelou ao UOL Esporte que o clima é de "um pouco de pânico".

No domingo (8), a Sampdoria enfrentou o Hellas Verona em Gênova e venceu por 2 a 1 em jogo com portões fechados. Não havia casos na cidade, então a partida foi mantida pela Série A. O elenco ganhou folga na segunda-feira e se reapresentou para treinos na terça, normalmente. No dia seguinte, o estafe reuniu os jogadores para contar que a situação tinha se agravado e todos deviam ir para casa. Na quinta, enfim, a notícia de que a febre de Gabbiadini era, na verdade, contaminação pelo vírus.

Todo o elenco da Sampdoria está em isolamento, sem poder sair de casa. A recomendação é que só se dirijam a hospitais caso sintam algum dos sintomas, como febre, tosse e dificuldade para respirar.

"Não deu aquele pânico todo no elenco porque soubemos do coronavírus do Manolo quando já não tinha mais rotina de treinos. Não deu para a gente comentar pessoalmente, só pelo WhatsApp. Mas depois que foi relatado o teste positivo dá um pouco de pânico, porque querendo ou não você estava em contato direto com a pessoa. Agora é torcer para não ter passado para nenhum outro jogador e que dê tudo certo", conta o jogador de 19 anos, que treina com o elenco profissional e atua na base.

Kaique Rocha mora com os pais, Iracema e Rubens, em Gênova, e toda a família está em quarentena. "Nós já tínhamos estocado comida em casa, tudo certinho, então estamos tranquilos em relação a isso. Mas se precisar o pessoal da Sampdoria avisou que leva comida para quem precisar. Nos deixaram bem tranquilos mesmo. Agora é ficar em casa, orar e torcer para que tudo isso se resolva, porque a situação é muito crítica e está sendo difícil."

Pouco conhecido no Brasil, o zagueiro com passagens pela seleção na base foi jogador do Santos até setembro do ano passado, mas nunca atuou profissionalmente. Ele foi negociado por 1,25 milhão de euros (R$ 5,7 milhões, na cotação da época), com o time brasileiro mantendo 15% dos direitos econômicos para negociações futuras. As parcelas serão pagas pela Sampdoria em junho e dezembro, e o Peixe quer usar o valor para abater uma dívida com o Hamburgo, da Alemanha, pelo zagueiro Cléber Reis.

Há poucos meses na Itália, Kaique Rocha promete usar o tempo livre para projetos paralelos ao futebol. Ele joga Fortnite e é empreendedor na área de e-sports gerenciando uma equipe chamada "Team Vikings".

Yuri Alberto, Marinho e Kaique Rocha - Ivan Storti/Santos FC - Ivan Storti/Santos FC
Yuri Alberto, Marinho e Kaique Rocha, que fez parte do elenco do Santos até setembro de 2019
Imagem: Ivan Storti/Santos FC